Gustavo & Thais

sábado, maio 24, 2003
 
Genealogia da compulsão ou De onde vem minha tendência aos vícios
- Eu sou compulsivo com bebidas. Uma coisa impressionante.
- O que? Mas você não é alcóolatra, ora...
- Mas eu descobri que é qualquer tipo de bebida, não só álcool. Se você colocar uma garrafa de água na minha frente eu bebo ela inteira.
No outro dia estava em uma reunião e bebi nove copos de refrigerante. Uma coisa.
Tinha uma época em que notei que estava bebendo muito café. Um dia resolvi contar e vi que tinha tomado 23 xícaras.
(Neste meio tempo, estou me mijando de rir).
- No outro dia mesmo estava na casa de um amigo e tinha uma caixa de leite em cima da mesa. Bebi ela toda.
- Você deve fazer xixi o tempo todo então.
- Sim, eu me sinto um regador ambulante.
(...)
- Queijos também... Você não gosta de queijos?
- Gosto. Acho muito úteis. Servem em várias comidas.
- Eu adoro queijos. Principalmente os mais fortes.
- Deve ter sido difícil com o cigarro, né?
- Foi horrível. Mas eu larguei de uma vez só. estava fumando quase três maços por dia. Perdi meu melhor amigo. Mas está morto, enterrado, e infelizmente não posso trazer de volta.
(...)
- E o que você está comendo agora?
- Uns biscoitos doces.
- Quais?
- Deixa eu ver aqui... Mousse de chocolate. Humm, nhac, nhac, nhac, muito bom.
- É da Ádria?
- Peraí, deixa eu ver... É sim. Ádria.... De vez em quando eu vou ao mercado e compro uns biscoitos deste tipo pra mim. São muito bons.

Meu pai. É procurador aposentado, mas ainda advoga, e está de saco cheio, como a minha mãe. Velho. Mora sozinho. Como todo velho adora comer. Gosta de queijo coalho, whisky importado e outras guloseimas. Mas não pensei que ele já estivesse retrocedido pra este estágio adolescente no qual ainda me encontro, em que devoro pacotes biscoitos como Bono e Trakinas.
Ah sim. Ele tem os mesmos problemas gástricos que eu. Ou melhor, eu tenho os mesmos problemas gástricos que ele. Mas ele já ficou internado por causa do coração. Em coma e tudo. E mesmo assim não toma tenência. Acho que é o meu destino. Bem ou mal, ele aproveitou bastante e ainda aproveita.




sexta-feira, maio 23, 2003
 
Vou postar aqui uma mensagem que recebi por e-mail. Uma guria muito bacana transcreveu como foi sua noitada num desses misteriosos e falados "Clube das Mulheres". Me pareceu bem maneiro e apropriado, diante dum público tão feminino que comparece neste espaço. A coisa toda se passou em SP, capital. Divirtam-se.

Ah, to com preguiça de escrever tudo de novo, então, vou colocar o que
postei no meu blog e incluir alguns comentários (q deixei de fora do blog..
eheh).

CLUBE DAS MULHERES!!


1) impressões:

Sim, eu fui! Sim, eu ri, ri muito, gritei, e me diverti como eu não fazia há
MUITO tempo!

Para as meninas que nunca foram: rola às quartas e quintas, das 20 à 0h. Eu
aconselho à ir, já que é muuuitoo legal!! =D

Como eh lá?

Um palco, uma passarela, e um monte de mesas ao redor. O lugar é pequeno, o
que é bem legal, já que dá para ver bem todos os meninos se apresentando. As
mesas ficam coladas ao palco e à passarela, então, de qq mesa que a garota
esteja sentada, é possível esticar o braço e dar uns apertões nos meninos.

O Marcos Manzano (é, aquele tiozinho do Gugu.. que ainda tá com tudo em
cima!) apresenta o personagem, e, o menino entra, para alegria da mulherada.

Acho que lá seria o paraíso de vários homens. Já que tem MUITA, MUITA
mulher. Acho que nunca vi tanta mulher junta na minha vida! Todas rindo,
gritando, uma loucura. :)

O personagem se apresenta (além de bonitos, os meninos são suuper
carismáticos), dançando e, é claro, tirando a roupa. Uma coisa que eu
percebi é que o cara tem que dançar MUITO para conseguir se apresentar lá. E
todos eles, sem excessão, dançam muito bem. E não só isso.

Entre uma dançadinha e uma peça de roupa jogada do lado (algumas vezes, com
ajuda da platéia), o cara tira uma mulher para dançar, em cima do palco ou
da passarela.

Acho que é a parte mais divertida da coisa.

Pq lá em cima, não importa se você tem 20 ou 80 anos.. subiram algumas
senhoras que poderiam ser a minha avó! E elas nem ligam se estão gordas ou
magras, se a roupa está boa, se alguém está olhando.. estão lá para se
divertir! É muito legal ver isso. :)

Fora o desespero da mulherada, que é hilário. Só de ver o rapaz abrindo o
botão da camisa, a mulherada começa a gritar. ehehe.

2) E agora, um breve resumo da apresentação:

No site, diziam que o local abria às 20h. Cheguei lá com uma amiga, e
esperamos até 20:30, já que estava fechado. Fica em um lugar bem discreto,
em SP.

Lá dentro, pegamos uma mesa para duas pessoas (não tem como não pedir uma
mesa. Ficar em pé, no fundão, durante horas, é insuportável), e lá fomos.
Mesa colada no palco, claro. Mas me arrependi de não ter pego uma colada à
passarela.

Aguardamos até as 22:00, bebendo um pouquinho, e ficando abismada com a
quantidade de mulheres que adentrava o local. Fora, o barulhinho, vozes
femininas rindo e conversando.

Eis que alguns rapazes sobem a escadaria que dá acesso ao
vestiário/sanitários e dj. As que já haviam frequentado o local
anteriormente começam a mexer, na cara dura, com os meninos, e logo passa de
sussurrinhos do tipo "olha lá, é ele!" para "vem cá, tira a roupa pra mim
meu bem!" "lindo, gostoso", etc.
Sim, eram eles. Os garotos do Clube das mulheres. Todos vestindo uma
camiseta da academia que patrocina o clube, academia "Corpus".

Às 22:30 as luzes se apagam, e ouvimos a voz do apresentador, Marcos
Manzano, narrando a intrudução ao espetáculo:
"Sejam bem vindas ao clube das mulheres. Aqui, você, mulher, realiza seus
desejos mais secretos! Aqui você assiste ao show de modelos esculturais,
inteirinhos para o seu prazer".

E depois de mais blablabla do gênero, as regras:
"Agora, as regras, minhas queridas. Pode pegar no braço do rapaz? Pode. Pode
passar a mão no peito dele? Pode, claro. Pode passar a mão nas coxas? Pode.
Pode apertar o bumbum? também pode. E pode pegar no bilau? NÃAAOO! Não pode
pegar no Bilau. Aqui ainda é uma casa de família."

Os gestos que ele fez enquanto ditava as regras, eu deixo para mostrar no
próximo encontro. eheh.

Depois disso, entram dois rapazes, fazendo uma apresentação de dança, bem
sexy. E completamente vestidos.

Em seguida, o Manzano apresenta seus quatro ajudantes de palco. Rapazes
altos, malhados, sem camisa, usando gravata borboleta e calças pretas.

E então, ele apresenta o primeiro personagem.
"Vocês gostam de receber flores? Gostam né. Aquele homem que paga a conta no
restaurante, que te chama de meu amor. Aquele que te faz carinho.. o homem
fiel, só ao seu amor. Pois hoje o trazemos aqui! Com vocês.. o zorro!"

E chega o zorro. Com capa e tudo. Faz cena, tira uma senhora da platéia para
dançar, finge que dá um beijo e entrega à ela a rosa que carrega na boca.
Isso, com música romântica ao fundo.
Logo a música muda radicalmente, entrando um hit meio anos 80, e ele começa
a mostrar o que sabe de dança.
Depois de muito enrolar, vai tirando a roupa. E no final, fica só de
cuequinha. :)

A partir daí, é uma apresentação atrás da outra. Entra o "peão de
boiadeiro". Depois dele, o manzano olha a passarela e diz: Nossa.. não
consertaram isso ainda? Chamem o rapaz da manutenção.
Do nada, do meio da mulherada, pula em cima do palco um cara com um capacete
de operário, e começa à martelar a passarela. Olha pro Manzano com cara de
menino caipira, e pergunta se pode fazer o que havia pedido à ele: dançar
para as meninas. Começa um diálogo com o Manzano, diz que tem vergonha, que
não tá de cueca, e combina que só vai dançar só de calça.

Essa foi a apresentação que eu mais gostei. Pela cara de voz de bobo do
"rapaz da manutenção", pela carinha de menino do interior bobo que ele tem,
e por ele ser muuiiiiiiitoooo carismático. Tirou um monte de senhoras,
garotas pra dançar, e no final, dava um belo tapa na bunda de cada uma.
Pegava no colo e jogava pra cima, jogava no colo de um ajudante de palco,
abraçava e dava uns trancos.. eheh. Hilário. :)

Depois vieram (nem lembro a ordem): Almirante, Motoqueiro, Índio (!), Agente
Secreto (!!!), Policial, Médico. Acho que estou esquecendo de algum, mas
como é uma apresentação atrás da outra, é complicado lembrar.

Digno de nota: Além do Toninho (cara da manutenção), que virei fã de
carteirinha:
O médico. QUE MÉDICO!! E o cara dança, dança pra porra. Tem um swing animal.
Tenho certeza que era dançarino de uma dessas bandas de axé, não é possível.

O Agente secreto. Loiro de olhos claros, tem a bunda mais bonita do Brasil
(parece que votado pela revista íntima). Eu pelo menos, em minha humilde
vida, nunca vi uma bunda como aquela.

O Almirante. Tem o dom de olhar garota por garota da plateia.. e olha as
meninas como se elas estivessem nuas. Não tem como não ficar sem graça..
eheh.

Algo engraçado. Nem todos são molequinhos que ficam o dia todo na academia.
Tem uns tiozinhos (como o policial, o toninho) que dão um caldo ainda. E que
caldo.

Só para não deixar de comentar: é claro, são todos muito bonitos. Escolhidos
à dedo pelos sócios do clube.

3) O que foi chato
- O apresentador não ficou de cueca.
- Assim que termina o show, a mulherada corre para o caixa. É uma fila
IMENSA
- Tive que pegar um taxi, em osasco, e acordar meus pais para me descolarem
uma grana e pagar o taxi. Afinal, foram-se meus merréis na brincadeira.
- Não dancei. Fiquei mezzo sem jeito. eheh. Mas na próxima vez eu danço!


Resumindo.. foi divertidíssimo!
Eh meio brega, meio sacana, e muito bom. :)

Aliás.. virei fã do lugar.

Sempre que der, vou dar uma passadinha lá. É uma ÓTIMA maneira de aliviar o
stress. =))


Aos meninos que leram até aqui (sempre tem algum) - Só isso que rolou. Podem
deixar a namorada ir, sem peso na consciência.



quinta-feira, maio 22, 2003
 
Grunge de Merda acerta bases de contrato com mais um blog.
por Leão Lobo, fofoqueiro de plantão.

O Grunge de Merda, também conhecido como Leandro Godinho, acaba de fechar contrato com o blog Inventando Dogmas. Segundo fontes confiáveis, o surdo inventor de factóides e péssimo escritor (conta-se que ele é ainda pior poeta) assinou com o blog do jornalista e cinegrafista André Miranda porque este último lhe ofereceu maior liberdade editorial. Mas correm boatos que André tenha negociado umas cervejas e a própria cunhada para ter o moreno em seu espaço virtual.

Maria Martha, a detentora do local onde Leandro batia ponto, não foi contactada para demonstrar sua opinião sobre o fato porque estou com preguiça de ligar para ela, mas imagino que ela pense que o companheiro de blog dela faz o que bem quiser da sua vida, e ademais, o blog é dela mesmo.

André Miranda, treinando para ser Mr. Universo em 2006, já havia prometido várias outras empreitadas em conjunto com o Grunge de Merda, mas só agora eles chegaram às vias de flato. Ele e Godinho pertenciam ao finado pasquim universitário Mãe da Foca, que se tornou notório ao se ver alvo de toda a delegação nordestina no último Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOM), em Brasília há dois anos atrás, por conta de uma piada de suposto cunho racista. Segundo André Miranda "tudo o que vocês precisam saber é que ele é surdo".

José Arbex Jr., jornalista que na ocasião do episódio envolvendo o finado MdF e os paraíbas (sic) disse um monte de besteira, não foi contactado porque é gordo, chato, escreve mal e nada de relevante teria a dizer para esta matéria.

De casa mesmo, 22:17.

terça-feira, maio 20, 2003
 
Melhorias da segunda-feira
Meu namorado chegou de Lima. E não reclamou da minha carência de eferma. É um fofo mesmo. Além do mais, ontem me ligou do aeroporto de São Paulo, antes de pegar a conexão pro Rio. E trouxe presentinhos peruanos. É muito fofo mesmo. É bom ter ele por perto.
E recebi um contato que estava esperando há três semanas. Por e-mail, mas pelo menos foi um contato. Se fosse mais cedo, eu ligava pra *sempre amiga*, que me ligou hoje quando eu estava jantando. Coincidência ou não, imaginei que ela me ligava para dizer recebeu também o contato que esperava. Mas não sei. Vou perguntar amanhã.
Eu recebi o meu. Que bom.

 
Algumas observações para o companheiro de blog:
1 - imaginei que vc fose mencionar o debate sobre os mafiosos. Mas não foi um debate apenas sobre a beleza, foi também sobre o talento ao interpretar o Don.
2- imaginei que alguém, mai cedo ou mais tarde, fosse mencionar a extensão do debate. he he he
3 - Hoje mesmo, lendo a conta telefônica de casa, descobri que pagamos impostos por ali também. It´s a shame.
4 - A menina, nem sei o que dizer. Melhor calar a boca mesmo. Nada que a gente fale em uma hora destas tem relevância mesmo. E tudo já foi dito.


 
Olha, a trilogia dos Corleones é muito foda e tal, o Pacino e o De Niro trabalham bem sim, mas o filme que o Coppola fez para a posteridade mesmo tem nome e sobrenome: Appocalipse Now.

Sem mais, retiro-me e prometo não mais retornar ao assunto, deixando as donzelas livres para escolher o mafioso mais gatinho do cinema.

Só queria expressar aqui uma coisa a respeito do balaço que fodeu com a vida da estudante da Estácio: as suspeitas que recaíam sobre um POLICIAL CIVIL agora têm outro alvo. Um POLICIAL MILITAR. Que coisa, meu Deus. E de pensar que os pais dela deviam pagar impostos até na conta de telefone.

segunda-feira, maio 19, 2003
 
Resquícios da Godfever

Olha o De Niro tão bonito quanto o Al Pacino


 
A Gravidade da Situação

Parece que estamos finalmente acordando pra vida. Os eleitores de Lula (sem essa frescura de eleitores do PT, porque quem ganhou a porra da eleição foi o Luis Inácio) começam a olhar para um lado, olhar para o outro e, sem ver nada de diferente à sua volta, começam a ficar meio desconfiados. A Folha de São Paulo, provavelmente o melhor jornal da terra do Molejo, deu hoje, domingo (18 de Maio), o Editorial na capa cobrando do nosso novo presidente as cores da sua campanha feliz, que inclusive influenciou bastante na minha intenção de voto ("De que lado está o governo Lula? Dos bancos ou da produção? Da mudança ou da permanência de um modelo que não consegue responder à exigência do crescimento? Não se propõe um mudança brusca, uma aventura populista, mas que se dêem os primeiros passos no rumo do desenvolvimento do país." - Este é o final do Editorial). Uma das minhas mineirinhas leu e levantou a bola, eu apenas aproveito o gancho e a minha conhecida falta de sono.

Sim, votei no Lula, como a maioria dos eleitores desse país na última eleição. E não apenas porque ele tinha uma história, ou porque o país carregava uma certa dívida com a figura pública dele, mas porque a gente, e eu particularmente, nos deixamos comover pela campanha dele, que, sim, foi muito bonita. Ver a garotada empunhando bandeiras e se colorindo com os adesivos e broches emociona quando você tem seus vinte e poucos anos e quer acreditar neste país. Ver o Lula dizendo que a gente precisava acreditar na gente, que nós precisávamos ter esperança e tudo mais acabou me levando a depositar um voto de confiança nele. Um voto feliz, eu diria. Muita gente deve ter sentido a mesma coisa, inclusive os já tradicionais eleitores incondicionais do Lula, nos quais nunca me incluí, até pelo meu anarquismo congênito.

Só que tinha um outro fator na eleição do Lula, que era muito mais sólido do que o discurso publicitário da esperança sorrindo através do Lula de pelúcia. O país estava na merda. Oito anos de FFHH e sua opção neoliberal praticamente sepultaram as chances de qualquer candidato governista de dar continuidade ao reinado tucano em Brasília. O discurso do Lula centrava seu foco neste ponto, na mudança. Mudança de rumos, de metas, de métodos, de discursos e de ações. Falou-se em mobilizar o país e todos caminharíamos juntos, que nem no taciturno verso de Drummond. Senti-me na obrigação cívica de apoiar o candidato petista. Olhando de longe, me parece (já) meio ridículo meu impulso, mas na época realmente me pareceu a coisa certa a ser feita: acreditar naquele coroa de fala mansa e sorriso fácil.

O que ando vendo até agora é o Lula sorrir, fazer piadinhas em entrevistas coletivas e ocasiões semelhantes, muita publicidade do governo na mídia e a impressão de que se o Serra tivesse sido eleito, estaríamos na mesma. As promessas cloridas e estreladas do Luis Inácio começam a perder o brilho e adquirirem o ranço do esquecimento. O Fome Zero parece estar ajudando mais a grifes que confeccionam adesivos, banners e camisetas do que esfomeados. E o que falar dos milhões de novos empregos a serem criados durante o governo multicolor de Lula? Onde eles estão? Enquanto isso, os antigos opositores agem como os agora opositores faziam (e eram duramente criticados por isso) nas favelas, no congresso, no senado. Ministros batem cabeças, o PT renega seus princípios e o FMI bate palmas para a administração Luis Inácio, que sempre mostrou desconfiança para os aplausos do Fundo.

E resta a pergunta; para onde estão levando este país? Porque, se não estamos caminhando rumo ao desenvolvimento prometido, estamos caminhando para outro lugar. No clima de festa que tomou conta do Brasil após a eleição de Luis Inácio, tudo virou festa, tudo virou confete e a gente jogou tudo para o alto. Só acho bom deixar avisado que a gravidade sempre vence. Sempre.


domingo, maio 18, 2003
 
Respondendo ao post da fã de Andy Garcia
Eu tb gosto do III. Mas o Andy Garcia não é responsável por isso. A responsabilidade é do Al Pacino, da Talia Shire (a eterna Adrian, esposa de Rocky Balboa) e da Diane Keaton. Aliás, Constanza Corleone vira uma mafiosa de primeira, com seus cannolis envenenados para o padrinho Don Altobello.
Nada contra o filme ter sido feito 18 anos após o primeiro.
O III vale pela penúltima cena, quando o Al Pacino dá um banho de cena que faz a mãe da filha suspender sua lamentação por cinco segundos para olhar espantada para a reação do cerebral Michael Corleone, que perde as estribeiras e imediatamente fica exausto por causa da dor.
Também vale pelas cenas na Sicília com Kay - mais uma vez -, o enterro de Don Tomasino, a confissão de Michael, etc, etc...
Mas a apresentação da cuz Mary ao cuz Vinnie, sem o mínimo de discrição, não é digna de um Corleone. Sem falar na cena do gnocchi...
Nos primeiros filmes, que eu saiba apenas Brando, Pacino e de Niro são descendentes de italianos. Não tem problema o Andy Garcia ser cubano (apesar dele ser contra o Fidel). "E, olha só", eu tb acho o Andy Garcia... Bem, eu acho o Andy Garcia muito charmoso - sem gel e em algumas cenas do filme.Sério mesmo.

 
"Que saco! Agora um bando de posts sobre O Poderoso Chefão... Este blog é uma droga mesmo!"
Sim, meus caros. Quando meu não entro numa de ficar divagando sobre minhas crises carentes-existenciais (porém justas!!!) em longos posts que ninguém tem paciência pra ler, eu resolvo colocar minha personalidade obsessiva-compulsiva pra fora. Posts e posts sobre O Poderoso Chefão, a onda do fim de semana.
Do mesmo jeito que posso ficar ouvindo APENAS Led Zeppelin, Guns n´Roses ou Tori Amos na mesma semana, ou então comer torta de limão todos os dias, eu posso entrar numa de postar APENAS sobre O Poderoso Chefão.
Pelo menos a saga dos Corleone é mais interessante que minha vida de doente, com saudades do namorado (que está na terra da amiga peruana) e em crise profissional, conteúdo dos meus posts pré-Godfather.

"Ah, mas o seu blog não conta nem mostra a saga deles, porra!!"
Eu sei, mas pelo menos mostra umas fotos do Al Pacino e umas observações bem interessantes sobre o embuste do Andy Garcia e da Sophia Copolla.
"Ah, mas eu não estou nem aí pro Poderoso Chefão!!!"
Então, das duas uma: aceite meu jeito obsessivo-compulsivo ou tome tenência e vá ver os filmes, porque de alguma forma eles serão úteis para a sua vida.

 
No enterro da Mamma

posted by MM at 3:22 AM

 
The kiss of death



"You broke my heart, Fredo. You broke my heart"

 
Don de meia tigela
Vincent Corleone é um Don de merda. É uma caricatura medíocre do pai, que teria sido um Don Corleone de respeito.
Poucos dias depois de "Vinnie" assumir o comando da família - não porque fosse necessário, mas porque Michael encheu o saco - simplesmente a filha de Michael acaba morta. Na frente de todo mundo. E seus capangas são capengas lamentáveis. Parecem os gêmeos Gustavo e Flávio. Visual anos 90 querendo se livrar dos 80, com gel no cabelo e umas sobras encaracoladas na altura do percoço. Fala sério. Os dois são mortos pelo velhote que se faz de padre, mas que é muito mais perigoso que os garotões do Andy Garcia.
Em tempo: meu companheiro de blog viu nos créditos que o nome das figuras são: Rogério Miranda e Carlos Miranda. É mole?

Bom era o pai do Vincent!! Sabia meter a porrada!!
"

Se não tivesse morrido, seria o novo Don depois que papai Vito levou cinco tiros. Mas o velho ficou, e Sonny foi metralhado...


 
Útimo dia da maratona O Poderoso Chefão


Este cara é mau, muito mau...

Ok, ok, amanhã tem mais. Passam os três direto, e eu sei que eu vou acabar vendo vários pedaços, além do mais nestas condições enfermas em que me encontro há duas semanas. Mas não vou ficar mais de nove horas na frente da TV vendo Altobellos, Zazas, Barzinis, Ciccios, Tataglias, e é claro, Corleones....

O III é bom, mas peca pela presença da filha do Coppola que faz um personagem que seria interessantese não fosse tão chato. Aquele casinho entre ela - horrorosa - e o Vincent é o cúmulo do nonsense e da apelação. Só porque ela é filha do Michael, não importa o quão monstra ela seja, ela acaba tendo uma historiazinha de amor. Historiazinha mixuruca mesmo. Além disso, ela prefere ficar com ele em vez de ficar com a mãe. Não que isso seja uma má escolha, muito pelo contrário. Mas se ela foi criada pelo pai, aquele personagem foooda, porque virou uma mala sem alças?
Conclusão: Mary Corleone é consegue ser o único membro chato da família. E do filme todo!!!
Na verdade, a única utilidade do seu personagem é morrer, e ser o mote de mais uma cena foda da trilogia. Devido à participação brilhante do Al Pacino e da Diane Keaton, claro.

Filão amoroso por filão amoroso prefiro a troca de gentilezas nostálgicas entre o Michael e a Kay, no mesmo filme. Estes sim protagonizaram seqüências excelentes nos três filmes. A melhor delas aparece no II, com Al Pacino e Diane Keaton no quarto de um hotel em Washington, após a audiência de Frank Pantangelli:



KAY:Oh, oh Michael. Michael you are blind. It wasn't a miscarriage -- it was an abortion. An abortion Michael. Just like our marriage is an abortion. Something that's unholy and evil. I didn't want your son Michael -- I wouldn't bring another one of you sons into this world. It was an abortion Michael. It was a son Michael, a son and I had it killed -- .because this must all end.

[MICHAEL's eyes begin to bulge.]

KAY: I know now that it's over now -- I knew it then -- there would be no way Michael -- no way you could ever forgive me. Not with this Sicilian thing that's been going on for 2000 years --

[MICHAEL loses control. He slaps KAY across the face. She falls onto the couch.]