Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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sexta-feira, novembro 21, 2003
Um minutinho de (contra)cultura! Durante 1967 os americanos consumiram cerca de 360.000 kg de barbitúricos - e mais ou menos dez bilhões de de comprimidos de anfetaminas - para contrabalnçar os barbitúricos. Que americanos são esses? Freaks, hippies, grateful deads? Não, "o maior grupo dessa população cada vez mais dependente das drogas era formado não por adolescentes rebeldes, mas por mulheres idosas que necessitavam de auxílio para dormir e acalmar os nervos." (Dica para vocês: tem um filme chamado "Réquiem Para Um Sonho" na locadora mais próxima de sua casa) Francamente, deixem a Luana apertar e acender o dela em paz. Se ela aparecese no programa do Jô com uma camiseta decotada onde se lesse "Experimenta! Experimenta! Experimenta!" com sotaque paulistano e tudo mais, ela ganharia dinheiro. Como deu uma entrevista para um jornal vestindo um brinco ornamentado em forma de folha de cânhamo, ganhou voz de prisão. Fonte para os americanos doidões: ROSZAK, Theodore. A Contracultura. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1972, p. 174. terça-feira, novembro 18, 2003
Abre parênteses. Para se falar do rock, mesmo que o foco seja o seu espírito contestador, há que se considerar o fato de que ele sempre esteve ligado à indústria fonográfica. Elvis, Beatles, Dylan, Gil e Clash não foram apenas artistas capazes de criar músicas notórias, eles foram também produtos que geraram retornos satisfatórios para as suas gravadoras e empresários. A questão de que talvez seja o rock uma contracultura de massa passa por esta constatação - os artistas que mais impacto tiveram sobre a sociedade com a sua música e suas atitudes também foram os artistas que melhor retornaram os investimentos feitos pela indústria cultural no desenvolvimento de um produto (o rock), pois ela, a indústria, é o canal de comunicação entre mensagem e receptor. (...) Uma das características da personalidade jovem do rock é a sua inserção no universo da cultura pop. É daí que temos o seu dinamismo, pois, enquanto produto cultural ele precisou de algum grau de adaptação às diversas gerações de consumidores e seus diferentes desejos. A diferença entre o franzino Buddy Holly e o satânico Marilyn Manson é menos musical do que comercial. A música de ambos deriva da mesma fonte; o rock e suas raízes no blues negro. Mesmo a mensagem de suas músicas, ainda que num primeiro momento sejamos levados a pensar o contrário, são semelhantes pois são dirigidas a um público bastante próximo entre si, a classe média jovem interessada em música. Do rapazola que pedia o carro emprestado ao pai para levar a garota que sentava do outro lado da sala de aula ao cinema até o jovem que espera noite adentro conectado à Internet que a menina com quem trocou e-mails numa sala de bate-papo virtual reapareça na tela digital o tempo só veio a acrescentar aos últimos mais informação, tatuagens e piercings. A diferenciação entre os artistas nasce em duas fontes principais: a maneira como o artista irá interpretar o rock (a sua subjetividade) e a forma como ele irá transformar sua interpretação em música (a sua objetividade). Portanto, ainda que Buddy Holly possa ter tido um gosto musical bastante semelhante ao de Marilyn Manson, a catálise que ambos fizeram para transformar suas subjetividades em objetividades foi certamente diferente, no que resultou em músicas que atingiram públicos semelhantes de formas dissonantes. A indústria cultural se interessa pela objetividade dos músicos e busca adaptá-la dentro de seus preceitos para alcançar o seu objetivo: máximo consumo. Caralho, a minha monografia está ficando um tesão. Fecha parênteses. |