Gustavo & Thais

quarta-feira, julho 02, 2003
 
Você são Vocês
Meus queridos interlocutores imaginários. São são nem interlocutores completos porque não dialogam comimgo. Eu apenas é que falo com eles. Vou anotar seus nomes para que não me confunda como quando acontece quando leio cadernos antigos. Por algumas vezes não sei se me refiro ao Guilherme, à Ana Lúcia, ou mesmo a qualquer um daqueles pela sacos do colégio onde estudei. Agora vou passar a tomar notas privadas com o nome do você do post do dia tal. Assim sei a quem estava me referindo e evito as dúvdas quandoo eu for ler depois.
Os "você" são as criaturas que passam pelos meus dias acrescentando - ou por vezes infelizmente subtraindo - coisas. O que são as coisas? São as percepções, os olhares, as surpresas, as lágrimas, os carinhos, as palavras rudes (as craque em implodir a auto estima em segundos, auto estima conquistada dee pouco em pouco, durante anos, mas isso já é outro papo....), as conquistas. As coisas podem até ser o ódio. Até quarta-feira, havia sentido ódio apenas uma vez, e agora já são duas. Mas passou, ódio é muito passageiro e fulgaz, mas quando é incitado revela-se um sentimento avassalador na hora.
Agora passou. Aos poucos vou olhando pra frente com mais otimismo, percebendo que em cada pequeno espaço do dia tem acontecido algo novo ou interessante. Mesmo as fúrias, como a de quarta, tornam-se interessantes depois. É a tal história de aproveitar o que acontece para dar alguns passos, mudar e etc..
Hoje vi o representante no. 1 de um passado talvez sintético em relação à vida. Trouxe milhares de surpresas pequenas, grandes, singelas, estapafúrdias e sempre carinhosas. Depois, houve apenas uma surpresa talvez. A de que ele havia se transformado. O que veio depois foi a confirmação do meu espanto. As surpresas boas ficaram pra trás, assim como todas as mortes que não tem volta. E hoje, dois anos depois, me lembro de um pequeno ensinamento sobre a morte que me ocorreu depois da perda das minhas surpresas boas. É mais fácil lidar com a perda das pessoas que não estão mais aqui fisicamente. Diante disso não há volta. Quando as perdas acontecem em corpo presente, esperanças são alimentadas, aparecem as ilusões, a ânsia e a falta de concentração comem o cérebro. E como se a pessoa estivesse dentro de um caixão, você tem que aprender a se conformar e varrer o lixo do cérebro.


 
Grunge
Atenção para uma seqüência de dois clipes bons, ou pelo menos de artistas que eu gosto, na MTV. Even Flow - musiquinha que já encheu o saco, mas cujo clipe eu não via há séculos - e Prescious Illusions, com seu refrão sobre minha infância e adolescência.
Scott Weiland, Even Flow... iso tudo meu deu uma saudade dos meus tempos de roqueira pré-adolscente... A música era boa naquela época. E era fácil ver clipe bom na MTV.
Hoje, eu fico com meus seriados da Sony e da Warner. Desisti da emissora paulista. Daniela Cicarelli, Sabrina, Leo, Rafa, Tatiana, Rodrigo, Sara, Marina Person, Marcos Mignon, Penélope, Edgard... É uma péssima fauna há muitos anos. Não tenho mais paciência.

 
Bons frangalhos do Guns
Vou ouvir Velvet Revolver, a banda do que sobrou da minha banda preferida, desta vez com um vocalista foda e o Izzy. Slash, Matt e Duff em projetinhos com vocalistas esganiçados de terceira categoria não dá.
Scott Weiland é o que há.
Stone Temple Pilots é o que há. Só comprovei mais ainda minha tese depois de ver os caras ao vivo. Motivo de orgulho aquele show.


O cara canta com um megafone. Isso não tem como não ser foda.

segunda-feira, junho 30, 2003
 
Almas Gêmeas
Fiquei impressionada ao ver o blog ainda em construção da *sempre amiga* como realmente nós somos parecidas, sobretudo na arte de reclamar e de se envolver em mazelas emocionais com os outros.
Provavelmente, o meu blog e o blog dela terão um q de gêmeos ao longo de suas respectivas existências.

domingo, junho 29, 2003
 
Não é hábito meu ficar escrivinhando neste espaço sobre cinema, mas eu seria desonesto com meus 3 leitores (tenho certeza que um deles é cego e o que menos sofre com as minhas traquinagens lingüísticas) se não lhes confessasse aqui ao som de Thievery Corporation que tenha algumas e não poucas simpatias pela telona. O cinema tem a felicidade de mesclar dois dos meus quebra-queixos preferidos - a imagem e a palavra - e os adiciona com o som.

Certos filmes por melhores que sejam, por vezes ficam imortalizados por um pequeno instante, alguns quadros, um olhar que o ator dirige à câmera ou o autor privilegia à platéia. Certas falas também podem imortalizar não só um filme, mas toda a carreira de um ator (impossível olhar para Arnoldão hoje em dia sem se lembrar do "I'll be back") e entrarem para a história do cinema e de quebra, para o imaginário popular. E certos filmes (sim, vou parar de enrolar e entrar no cerne do pretenso texto aqui em questão) se justificam plenamente pela presença de um determinado ator ou atriz.

E tem o caso mais extremado da beleza física de um ator ou uma atriz ser algo tão avassalador a ponto de justificar um filme, só para expô-las na telona. Tal beleza explode na tela de tal forma que passa a fazer parte do roteiro, vira elemento crucial da trama e o argumento mais forte para levar o público ao cinema. É o caso de dois filmes em particular, que apesar de bastante bons, se justificam só pelas duas beldades que os protagonizam: Malena, de giuseppe Tornatore, conta com a inacreditável Monica Belucci enchendo os olhos do público (e personagens); Pantaleão e As Visitadoras, do peruano Francisco Lombardi, conta com a estonteante Angie Cepeda.

Se você for homem como eu, ficará embasbacado com ambas. E como os filmes precisam delas para se completarem. Monica, italiana, tem aquela beleza que nós, mortais, não julgamos passíveis a não ser em condições extra-terrenas. Morena de gestos suaves e um olhar sóbrio, desperta as paixões mais irrefreadas por sua aparente tranqüilidade (e claro, porque ela é um pitéu). Enfeita há tempos com a sua Persephone matrixiana a tela do meu computador. Confesso ser a minha preferida, por motivos que as minhas razões provavelmente conhecem menos que meus hormônios. Angie, colombiana, é o autêntico pedaço de mau caminho. Impossível um homem olhar uma mulher daquelas e não pensar em sexo, das formas mais sujas possíveis. Ela é simplesmente gostosa demais para ser de verdade como você ou eu. Uma mulher daquelas realmente justifica a sua ruína. Ambas ao emprestarem suas figuras aos filmes em questão, acabam transcendendo-os por seu próprio brilho. Viram um filme a parte, cada fala delas, cada passo, cada decote, cada olhar e cada suspiro. E ajudam o cinema a continuar encantando a todos nós, homens babões ou mulheres.