Gustavo & Thais

quarta-feira, junho 25, 2003
 
No small victory
Bom, muito bom ouvir o Mike Patton gritando no meu ouvido "It shouldn´t bother me (Noooo), it shouldn´t (no, no), but it DOES"

Acostume-se com o silêncio
Minha aposta é de um mês sem poder resolver a questão da semana. Ou seja, um mês sem qualquer tipo de contato. Como foi bem anotado no post da menina aqui, "sefodeaê", MM.

Essa é a parada
Vou ver Goodmorning Miami que hoje é o último episódio da temporada. É uma série sem graça, bem sem graça, mas o episódio da semana "Clímax" (duh!!) da Warner me interessou. E é muito engraçado ouvir o narrador falando "Lucia Rojas Mia".
By the way, Scrubs, no mesmo horário, na Sony, é infinitamente melhor

 
Yesterdays
Como meu amigo, acho que eu tb não vivo nunca no presente. Ou é o passado, distorcido, seletivo na maioria das vezes para o que foi ruim, ou um futuro improvável. Mas é bom ouvir da boca dele que "a gente não guarda quando jogou uma pelada no colégio e foi super maneiro. Isso foi legal, beleza, passa. Mas se levou porrada no jogo, aí claro que a gente guarda".

 
Academia
Falando da mono com a minha orientadora ouvi a palavra publicação. Achei interessante. É bem acadêmico. Talvez eu esteja precisando da seriedade e da frieza da Academia por enquanto.
A Academia trata das questões de fora da gente. Estabelece prazos, nos envolve em obrigações que não param nunca, como a UERJ de uma certa amiga minha bastante em voga esta semana.
Viva a mono, então.

 
Bitching again
Ouvindo Viva forever, aquela música cafona das Spice Girls, lembrei da minha época de pré-vestibular. Corta. Lembrei como a perspectiva de socialização em demasia da faculdade me deixou receosa desde o dia do trote. Corta. Lembrei do primeiro programa com o pessoal do CAp. Batman qualquer coisa no cinema do Rio Sul. A perspectiva de socialização também e deixou receosa.
Conclusão: ser anti-social era um problema. Estou mais social, e isto também é um problema.

Instituições de ensino
Franco, CAp e ECO, vocês poderiam desaparecer do mapa até eu ficar madura? Se explodissem vocês, talvez fosse mais fácil. Mais estas construções, todas antigas e imponentes, continuam intactas. Desnecessário.

terça-feira, junho 24, 2003
 
Impossível deixar passar essa em branco.

Homem é condenado a 9 meses de detenção por matar tatu
11:30 24/06
Ana Paula Chinelli - repórter iG, em São Paulo
(editorultimosegundo@ig.com)

O lavrador Onofre Alves Ferreira, de 57 anos, conhecido em Itanhomi (MG) como "Onofre Macarrão", foi condenado a seis anos de prisão pelo assassinato de Lourival de Souza Ribeiro e mais nove meses de detenção, em regime aberto, por matar um tatu.

Leia mais abaixo

No dia 30 de dezembro de 1.999, pouco depois da meia-noite, Onofre teria atirado com uma espingarda chumbeira em Lourival, que morreu poucos minutos depois.

Segundo a sentença do juiz Antonio Carneiro da Silva, presidente do Tribunal do Juri de Minas Gerais, Onofre "trazia consigo, sem autorização da autoridade competente, um filhote de tatu que havia matado no período noturno, animal da fauna silvestre brasileira". Ele teria praticado então crime ambiental.

No julgamento na Comarca de Itanhomi, os jurados rejeitaram a tese de legítima defesa e condenaram o lavrador por homicídio e crime contra o meio ambiente.

O juiz determinou então pena de seis anos de reclusão pelo homicídio, em regime semi-aberto, sem que possa ser substituída por penas restritivas de direito. Quanto ao crime ambiental, a pena foi de nove meses de detenção em regime aberto e 15 dias multa.

Onofre pode recorrer da sentença, mas deve continuar preso até julgamento do recurso.

 
Então...
Não, não tenho atualizado o blog. Todos sabem que embora eu diga que a minha mono NÃO É SOBRE BLOG, ela acaba falando de blogs TAMBÉM. Portanto, eu tenho lido e escrito muito sobre blogs. Não que isso faça com eu me afaste do meu próprio blog. Não estou ainda de saco cheio do assunto ou de escrever por aqui. Mas sou uma lesma trabalhando e não tenho tido muito tempo nem nada de extraordinário pra registrar por aqui.
Porém, ontem o dia me deu conteúdo pra escrever qualquer coisa. Infelizmente um conteúdo mala, de dor de cabeça, que como qualquer outro do gênero me faz reclamar o dia inteiro, e me deixar ocupar por um mesmo assunto por vários dias seguintes. Então aqui vai um micro-registro que inicialmente não iria pro blog. Tem nomes de pessoas e tal... Mas acabei me cedendo à exposição sobre a qual falo tanto na minha mono.

Não, este não vai pro blog. De blog já basta o que está na mono.
Flávia, Gustavo e todo o pessoal do passado, vocês ganharam mais companhia. Quem vai sobrar?
Ninguém eu creio. Neste ritmo, ninguém. Não é imapaciência ou exigência não. Eu só peço um pouco mais de responsabilidade. E não quero os fantasmas do passado de ninguém em cima de mim. Eu já tenho os meus. O Franco inteiro ainda está em cima de mim e Breakdown está tocando agora no meu som com o mesmo sentido de uns oito anos atrás.
Ninguém vai sobrar, e como não posso falar diretamente o que eu quero, tenho que terminar a mono pra despejar no ouvido público todas as minhas reclamações, acumuladas em tanto tempo.
Os comportamentos das pessoas se repetem. E por mais que a vida tenha me dado provas de quem nem sempre as coisas são assim, uns anos se passam e as coisas voltam a ser assim. Por isso, oito anos depois Breakdown está soando nos meus ouvidos como soava em 95.
Pensei que já tivesse passado desta fase. Mas de repente não é uma fase minha. É o mundo que volta sempre pro mesmo lugar. As coisas devem ser cíclicas, sei lá. E eu ainda não tinha percebido isso.


Em tempo, isso é um exemplo prefeito da maravilhosa expressão criada pela língua inglesa sobre o reclamar, Bitching. É isso que eu faço durante muito tempo, muitos dias da minha vida.


domingo, junho 22, 2003
 
Eu definitivamente devo ter perdido o bonde da história por esses dias. Estava em casa jantando calmamente junto com meu irmão e assistindo uma dessas premiações da MTV, o canal de televisão que vende música e atitude para a nossa juventude ixperta. Beleza, deixei no canal (que cada vez menos se preocupa com o quesito música em sua programação) onde os astros e estrelas do cinema da Matriz que eram o motivo da tal premiação falavam um monte de besteira que liam no teleprompt e por vezes realmente conseguiam algumas boas tiradas.

Um dado momento, acontece uma apresentação de música, um das gurias do T.A.T.U., que para aqueles que as desconhecem e as ignoram como eu fazia até pouco tempo atrás, são duas supostas adolescentes russas que cantam uma musiquinha tecnopan das mais bestas mas conservam entre elas e seu público um mistério acerca de sua sexualidade: há a lenda de que as gurias seriam lésbicas (Nossssaa!!) e amantes (Óóóóóó!!!!). Num clipe, travestidas de normalistas, ficam se insinuando sob a chuva enquanto uma multidão as observa num misto de choque e curiosidade atrás duma grade. Ao fim do clip, beijam-se tenramente, mas com um quê de sexualidade.

Pois bem, ambas surgem para apresentação durante a premiação do meio da platéia e caminham para o palco, logo sendo seguidas de centenas de dançarinas - todas trajadas como as gurias no clipe, de normalistas. Ocupam o palco todas, as tatus e as normalistas dançarinas, e as tatus cantam sempre encenando um clima entre as duas, a suposta tensão sexual latente que as cerca. Ao fim da apresentação, as dançarinas simplesmente se desnudam no palco e começam a se pegar, sem muitos pudores, para delírio dos onanistas de plantão.

Fiquei pensando com meus botões que a tal premiação, pela quantidade de gente famosa que nela toma parte e pelo próprio alcance da MTV dentro da juventude moderna e descolada, deve ter sido vista por um número considerável de telespectadores. Era um programa que passou no horário nobre da programação do canal (aqui na terra do Molejo foi exibido às 22:00 da sexta-feira e está sendo reexibido durante o fim-de-semana). Logo, uma penca de gente viu as normalistas tirando a roupa e se atracando em público (claro, claro, eram dançarinas, foi tudo simulação e ensaiado) em horário nobre.

Aí lembro da assinatura de marca da MTV: Música e Atitude. Por atitude, podem entender comportamento, a MTV adora vender comportamento, faz campanha por conscientização de seu público em relação à AIDS, à Ecologia, às drogas, à Guerra de Bush e a qualquer outro assunto que esteja na crista da onda. Eles levam a sério o seu papel de formador de opinião, e possuem algum crédito junto ao seu público dentro desse papel.

Voltando às russinhas supostamente lésbicas e amantes do(a) T.A.T.U., a imagem que elas passam tem um pezinho nada discreto na pedofilia. Aquela imagem da Good Morning Little Schoolgirl, roupinha de normalista, carinha de adolescente virginal pero no mucho. E a Rússia, bem, a Rússia é o paraíso da parte criminosa da internet (e não só da internet, mas do Capitalistmo como um todo). Se você procura por pedofilia na rede pode apostar que existe um site russo esperando pelo seu click, meu amigo. Então elas fazem aquelas caras e bocas, trocam carícias e desnudam vááááárias normalistas que começam a se pegar no meio da apresentação e isto não tem problema, passa até na televisão.

Engraçado, a MTV que veiculou isso é a mesma que aparece para reclamar sistematicamente que o nível dos programas da televisão andam muito baixos. É a mesma que gosta de tratar o jovem (seu público-alvo) como gente grande, capaz de tomar atitudes por conta própria. Mas na hora de garantir sua audiência não hesita em rechear a tela de meninas de calcinhas e sutiãs dançando e beijando umas às outras. Música e atitude, né?

Talvez eu enxergar insinuações à pedofilia (que é crime e dá cadeia) nas tatus seja meio demais. Aceito, posso estar exagerando ou fantasiando coisas erradas. Mas de qualquer modo, de que jeito a MTV continua posando de defensora dos gays, das lésbicas e de seus simpatizantes vendendo as duas lolitas amates que nem um suculento filé em seu horário nobre? Entre as Carlas Perez mostrando seus respectivos e siliconados tchans no Gugu e as normalistas se desnudando alegremente na MTV não há distância. É a boa e velha pornografia gratuita mesmo.

A tal atitude da MTV carece de um pouquinho mais de respeito com seu público. Aliás, carece de um pouquinho mais de música também.