Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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quinta-feira, maio 29, 2003
Faillure no. 1 Foi isso. Não acordei. Não comecei a trabalhar. Lamentável. Tinha marcado com a moça aqui que tem me dado uma força, e só acabei ligando em uma hora imoral, 14:30 da tarde. Quando tinha acabado de acordar. Acho que antigamente, bem antes dos 22 anos abaixo, eu conseguia cumprir meus compromissos apesar destas avalanches, que inclusive eram muito mais freqüentes. 22 anos e ainda isso? Destrói meus planejamentos, mas não posso recusar. Como antes, ainda atravesso as horas permitidas. Atravesso muito. E o dia seguinte é sempre um sacrifício. Os dias seguintes costumam ser sempre importantes. No caso, amanhã realmente tenho que trabalhar. E acabo me refugiando nas mesmas atitudes do passaod. Seu olhar está mais sério. E na música de Dylan sua voz é mais serena. Gosto de vê-lo envelhecer. Não gostaria que nos tornássemos bonecos ridículos, enrugados tentanto manter uma idade que já passou. Aquela minha época, aquela minha idade já passou. Não tenho suas rugas, mas fico mais tempo fora de casa, sem vê-lo enquadrado na minha frente. É sinal de juventude, é sinl de aproveitar a juventude, dizem. Concordo. Mas são também as minhas rugas, ou o meu sinal de envelhecimento. Como antes, não consigo resistir aos seus impulsos. N]ao são seus. Foram criados por mim. São fictícios, mas baseados em uma verdade que existe em você. Ainda que não seja você por completo - nunca terei acesso a você por completo - são amostras verdadeiras de você. Quando nos vimos eu soube disso. 28 p/30/05/2003 Dá pra esvaziar minha cabeça antes de dormir? Não, porque tudo que eu escrever aqui será mais óbvio do mque o que pensarei rolando na cama daqui a pouco. Hoje pensei em uma banda de quatro pianos. Quatro pianistas que eu gosto bastante. Fazendo um som cheio, que não deixa saudades de qualquer outro instrumento. Hoje terminei de separar o conteúdo dos fichamentos. Amanhã vou começar a tentar escrever, e estou apreensiva com isso. Como se amanhã algo tivesse que mudar na minha vida até o dia 7 de julho. Aí sim algumas coisas serão diferentes e eu me sentirei livre das obrigações acadêmicas da Ecargh. Preciso estudar música, já que não vai rolar medicina. Definitivamente não vai rolar medicina. Não tenho mais disposição pra tanto estudo, e quero alcançar objetivos de uma maneira mais rápida. Minha vida já foi muito medíocre até aqui. Como alguns musicistas reapareceram nos meus ouvidos e na cabeça, os dias têm sido mais prezerosos, mas tenho voltado a alguns vícios antigos, que me tomam tempo e me alienam demais. terça-feira, maio 27, 2003
Outro post metablogueiro (argh) Que fique bem claro, isto aqui é um meio. Eu tenho a mensagem. É só isso, nada mais, um espaço para eu publicar minha verborragia latente. Claro que implica numa interação, já que sei que um ou dois desavisados me acompanham neste endereço com alguma freqüência e interesse. Claro que eu adoro quando alguém comenta um post. Claro que, por conta disso, mas não apenas por conta disso, tento publicar textos com alguma relevância. Se torci o pé, e isto doeu, foda-se, é irrelevante - e todo o mundo um dia já torceu o pé e sabe como dói. Agora, se por causa da torção, eu fiquei em casa puto e isto me fez pensar em como a nossa existência é frágil e pode ser decidida por detalhes infinitesimais, aí talvez valha a pena escrever algo para postar aqui. Claro que essas são as minhas regritas básicas, e como toda boa regra, existe para ser quebrada. E eu tenho lá meu estilo de redação (chato, onomatopéico, hiperbólico, desfocado, dramático e desritmado, mas meu) que de certa forma, acaba dando a angulação de onde partirá o meu ponto de vista sobre o objeto a ser escrito. E, desnecessário dizer, nem sempre o que é relevante para os outros, inclusive para a Marymary (como a porcaria do Prantão Médico, por exemplo), me é de interesse. E eu sinceramente duvido que a noite em que Michael Jordan marcou 38 pontos febril ante a defesa do Utah Jazz nas finais da NBA tenha algum tipo de impacto sobre a vida dela. E, por fim, escrever aqui acabou por me ligar a outras pessoas que me acompanham nestas linhas tortuosas. Tenho um certo carinho por cada leitor meu, porque eu sei que é um saco ser um leitor meu. Alguns deles se aproximaram bastante de mim, e fazem parte da minha vida, chegando até mesmo a influenciar o conteúdo que publico aqui com alguma regularidade amadora. Então, eu tenho certa afeição por este espacinho, porque ele já me permitiu alguns sorrisos dos mais sinceros que pude aproveitar. E, porra, um sujeito surdo, insone e desempregado também é filho de Deus. segunda-feira, maio 26, 2003
Mais um post que fala sobre Blog (todo mundo fala sobre a utilidade dele...) Dia desses rolando na cama de madrugada, descobri uma função simples e direta do blog na minha vida. Ele é apenas um registro, antes de tudo pra mim mesma, de quem eu sou. Pra eu me lembrar mais tarde mesmo, e também pra aproveitar e ver o que mudou com o tempo. Muita coisa é a mesma, vide os posts sobre Beatles, piano e Elton John que devem ter exatamente o mesmo conteúdo do que eu escrevia há sete, seis anos atrás. E outras coisas vão mudando. É isso. Encerrando o assunto do dia Sempre gostei das coisas muito claras. Deve ser conseqüência da época de Franco, de alguns acontecimentos da Ecargh, da criação que eu tive mesmo. Não consigo ser hipócrita, disfarçar o que está obviamente errado, e fingir que tudo continua como antes. E consigo não estou me dizendo uma santa criatura. Muitas vezes é melhor mesmo passar por cima dos erros e fingir que nada aconteceu. A franqueza tem hora certa e em excesso pode atrapalhar. Já machuquei gente por isso, neste ímpeto de colocar tudo em pratos limpos o mais rápido possível e não respeitar o tempo dos outros. Estou tentando respeitar mais o cronômetro das pessoas porque sei que já extrapolei mesmo. Mas em todos os cronômetros apertados, acho que pode haver uns 20 minutos semanais pra esclarecer as coisas. Caso contrário, “o tal boletim de informação sobre a vida do amigo do qual vc já não sabe há mais tempo do que deveria”, começa a criar e aumentar a superfície rasa do que já foi um relacionamento foda. E aí eu não agüento. Tento não acionar minha faceta “precisamos resolver isso”, mas dou sinais de que as coisas não andam bem. E quando a pessoa não percebe, e eu passo um tempo boiando no relacionamento, me sentindo em uma piscina infantil de um metro de profundidade. Na minha vida, e na vida da *sempre amiga* sempre há tempo hábil pra resolver estas pendengas. Não, não temos filhos nem tomamos conta da casa. Mas temos nossas pendengas pra resolver também. Burocráticas, familiares, amorosas, acadêmicas, trabalhistas.... e sempre dá tempo. Aparece o dilema: Se os outros dizem não ter tempo, então vocês representam aquele lado da relação que é idiota, que sempre está disponível e se preocupam mais com o outro lado do que vice-versa. Pergunta: sempre alguém tem que exercer este papel, ou a gente só tem se sentido meio carente ultimamente mesmo? Porra nenhuma. Não somos carentes nem exigentes. Posso encher a boca pra falar que nas relações a gente segue uma lógica leal e cúmplice, que eu já expliquei nos posts abaixo. Fazemos merda, erramos pra caramba com os outros, mas constantemente tentamos seguir estes preceitos. E dá certo. Daí a idéia que me surge ao telefone hoje: vamos vender nossa amizade a pessoas que precisam. Elas de alguma forma vão corresponder e a gente não vai ficar no silêncio esperando o telefone tocar ou a pessoa se tocar. Desculpe o mal comportamento, mas não deu... Não, não gosto de ser hostil nem rude. Muito menos grossa. Mas às vezes não há outra opção, porque como Bush gosta de afirmar, “todas as vias diplomáticas foram esgotadas”. Não é hostilidade pra chamar a atenção. É porque não dá mesmo pra agir normal. Too much, too soon... O início de certas relações são cercados de expectativas por mim. Quando vejo as coisas acontecendo, a pessoa que antes não existia ou estava longe começa a se tornar mais presente. Isso é atenciosamente observado por mim. Nada passa impune. Cada tipo de relação tem o seu tempo pra se tornar uma relação de fato. Acho que me percebi como filha depois de muito tempo sendo tratada como tal. Do meu nascimento até os primeiros lapsos da minha consciência infantil. Isto deve ter dado um intervalo de alguns anos. Da mesma maneira em um namoro. O que acontece é que depois de ser acionada várias vezes para cumprir determinadas funções, você começa a se posicionar em um lugar da relação. Mas me posicionaram muito cedo em um lugar muito importante. Exerci algumas funções condinentes com este posto, mas de repente me vi comparando os preços do mercado, reclamando pela enésima vez da ECO – quando todos que me conhecem já estão cansado de saber minha opinião a respeito - e com uma preguiça danada de explicar porque ando com vontade de fazer medicina e porque não vou fazer. Todos que estão minimamente perto de mim já sabem estas razões NÃO QUERO ME REPETIR E FAZER BOLETINS MENSAIS PARA AS PESSOAS QUE MENOS DEVERIAM PRECISAR DISSO PRA SE INFORMAREM SOBRE MIM. Cuidado com as palavras levianas As palavras são muito sérias pra mim. Não gosto de falar qualquer coisa pra uma pessoa importante. Não gosto de exagerar pra uma pessoa importante. Oferecer um espaço que não posso dar. Acho este tipo de atitude leviana e irresponsável. domingo, maio 25, 2003
Pensando alto Minhas preocupações são de adolescente e não sei se têm espaço no mundo adulto. No mundo daqueles que têm filhos e pagam contas. As expectativas são maiores conforme o apreço que se tem pela pessoa. Se este carinho for de graça, você cria expectativas, mas sabe da possibilidade concreta de não ser recompensado, porque a pessoa não necessariamente também tem que gostar de vc de graça. Mas se vc descobre que a pessoa também gosta, e além disso, tem afeto e respeito por você, as expectativas crescem em progressão geométrica. Um vacilo é uma merda. Dois vacilos, e beleza. Fazer o que? As pessoas erram mesmo. Vários vacilos também não tem problema, porque afinal a pessoa gosta de vc, não fez intencionalmente e já te estendeu a mão nas horas felizes e infelizes. Mas o acúmulo de distrações em uma amizade pode se tornar o meu inferno astral. Uma vez eu tive um amor. Ainda posso me lembrar perfeitamente bem de como era gostoso acordar e saber que havia um bom motivo para eu levantar da cama e poluir meus pulmões com a fumaça dos dias. Se bem me recordo, e não faz tanto tempo assim, era um amor de verdade, de inventar uma voz no telefone só para falar com ela, apelidos íntimos, carinhos secretos e e-mails clandestinos. Nos dias de maiores vibrações, promessas, juras, tatuagens e pactos. Em épocas de maiores carências e distâncias, porres homéricos. Era uma sensação que nunca cansava observar as pupilas ansiosas dela me vendo repetir que a amava pela terceira vez num dia. Ou simplesmente segurar na mão dela e nada mais precisar acontecer, mesmo que muita coisa fosse acontecer a partir dali, da minha mão dentro da mão dela, do olhar dela dentro do meu. E ela adorava me dar colo. Eu deixava a minha cabeça próxima ao seu regaço e nada dizia, apenas acompanhava a sua respiração e vez por outra, sorvia seus beijos. De tanto amor, acabamos por ceder nossos corações em permuta. Cada um ficou com o coração do outro, mesmo que algum físico ou cardiologista pouco poético venha aqui me dizer que dois corações não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Podem e devem, e aqueles que nunca tentaram por medo ou desesperança não fazem a menor idéia do que estão deixando para trás. Eu sentia na pele as dores dela, minhas pequenas vitórias apareciam nos lábios sorridentes dela. Graças ao meu amor, estou pouco me lixando se daqui a trinta segundos um avião adentrar no meu quarto e eu virar estatística de site de mortes bizarras na internet, porque eu já vivi aquilo que eu precisava ter vivido: o amor. E, perto da experiência amorosa, o resto é insignificante demais para ser levado em consideração. Um belo dia, ela pediu o coração dela de volta. O meu coração trôpego já não cabia legal dentro dela e o nosso amor acabou se perdendo em algum ponto entre o subúrbio da Central e o norte do Paraná; ela ficou triste, tristinha, e com aquele vazio no peito. Eu não tinha o direito de deixá-la sem o próprio coração, e desde então, olhar as estrelas no céu ficou uma coisa meio idiota, melhor acompanhar o futebol na televisão. A saudade acabou tomando o lugar da promessa, eu me deixei envelhecer rapidamente na expectativa que a idade me trouxesse junto algum bom-senso. Veio só a saudade, e uns bluesinhos dos Stones. Onde o nosso amor foi parar é um mistério. Só sei que sentir a manhã invadindo os meus olhos era muito melhor com o coração dela me acordando para eu não perder o ônibus. Piano and boys and girls Wait on me girl And cry at night if helps More than ever, i simply love you More than life itself And i guess that´s why they called the blues Time on my hands Could me time spent with you (I guess that´s why they called it the blues, Elton John) ![]() Seção "Pra quem não conhece mas pode se interessar..." Cocteau Twins. Baixe na internet qualquer música deste disquinho aí embaixo, com o simpático e gostoso nome de Milk & Kisses. É pura beleza musical. ![]() Como a capa, meio indefinida, pouco nítida, toda a música é éterea assim mesmo. E nada de guitarras ou coisa que o valha. Cocteau Twins passa muiiiito longe do rock n´roll. Diretamente da Inglaterra II Elton John veio mais tarde. Em 95, por influência de Mr. Rose, fã no. 1 do músico. Não é à toa que um dos meus autógráfos está no encarte de Goodbye yellow brick road, e meu papo com Mr. Rose começou por causa da titia inglesa, pianista. Elton John não compôs nenhuma das letras que canta. Nenhuma mesmo. Bernie Taupin são parceiro é o responsável por 90% delas. Grande parte é brilhante. Ele não é um bom cantor. É bem normal até. Mas melodias ao piano são perfeitas e apesar da incrível capacidade de criar músicas ruins, a dupla tem o mérito de produzir peças que são parte do que eu já ouvi de mais bonito na vida. Como a vocalista dos Cocteau Twins faz com a voz, Elton John cria com o piano e com o resto de sua banda trabalhos que causam arrepios e potencializam ao extremo dor ou a alegria. É um trabalho que mexe com a intensidade das emoções é bem executado. Também vi o Elton John ao vivo, desta vez em 95. E pra quem não conhece, este disco é um clássico da música pop. Entre as famosas, a música homônima, Candle in the wind e Bennie and the jets. ![]() Diretamente da Inglaterra Voltei a ouvir Beatles. Fiquei sem eles, não sei por qual razão, durante muito tempo. Que reencontro maravilhoso. Fissura tb com Elton John. Outro que andava afastado do meu som por muito tempo. A vontade também foi impulsionada pelo sonho com Mr. Rose esta noite. Dois elementos fundamentais na minha criação. Com a mesma importância da escola, família ou outras instituições. Beatles e Elton John são algumas das instituições da minha vida. O quarteto de Liverpool me invadiu antes, ainda na infância. Não tinha qualquer capacidade ou meios de entendê-los. Mas a música é bela, e isso me capturou. Festa da segunda série no Franco. Na época já montava a minha discografia - em vinis - da banda. Levo o Past Masters vol. 1, e em She loves you vejo minha coleguinha Roberta se escangalhar de rir. Acho que ela percebeu que a música era boba. Mas na verdade a música era tão boba quanto nós, de oito anos. Deixei pra lá. Eu imitava os Beatles tocando. Imitava o Ringo em You´re gonna lose that girl. Assim aprendi o pouco que sei de bateria. Tocava com dois graveto que faziam parte do meu armário, como se fossem as baquetas. Meu avô e minha mãe reclamavam por eu alugar a televisão da sala, que contava com o videocassete, para ver o especial do Beatles que a Manchete produziu em 88. Clipes de Nowhere man, Lucy in the sky, The long and winding road, I´m the walrus, Love me do, shows antigos, e aquelas legendas brancas, de uma linha que corria da esquerda pra direita, explicavam a história da banda. Em 20 de abril, sexta-feira chuvosa, vi o Paul McCartney no Maracanã. Foi meu primeiro show. Apesar do terrorismo o meu avô, que através dos seus contatos na Suderj descobriu que a censura era de 16 e quase levou minha mãe na mesma onda errada, estive presente. Momentos antes, quando fui quase vetada por causa desta história, tive a maior crise de choro da minha infância. E graças ao empurrão da Dóris, amiga cuca fresca da minha mãe, fui liberada para o grande evento. Minha infância não foi nada demais. Queria um irmão, tinha amigo imaginário porque me sentia sozinha, tive problemas no colégio e outras picuinhas peculiares da fase. Mas tenho um puta orgulho de afirmar que muito jovem já curtia MUITO os Beatles. E no show do Paul, com nove anos de idade, já sabia todas as letras do repertório, ainda que não entendesse a maioria. E é isso aí. Os prazeres de cada um são diferentes, né? I sso continuou até os tempos de A-ha (que assim como os Beatles tiveram um tempos só deles), que foram sucedidos pelos tempos de Guns, Faith No More, C+C Music Factory. Mas os Beatles sempre voltam. Mesmo com a descoberta dos sons mais pesados, quando Seattle bombava na minha pré-adolescência, nunca me ridicularizei por gostar do Beatles. E na vitrola agora: ![]() |