Gustavo & Thais

sábado, dezembro 07, 2002
 
Intenção deletada.

quinta-feira, dezembro 05, 2002
 
Quié? Vai ficar me olhando desse jeito por que parei de atualizar esta pocilga? Parei até de encher os corno e compartilhar minhas desmemórias no Vidas Etílicas, eu sei. Acontece.
Calma, relaxa. Isso, respira fundo.

E agora deixa eu continuar ouvindo meu Jon Spencer. Techau.

terça-feira, dezembro 03, 2002
 
Pontapé inicial dado
Acho que finalmente escrevi páginas que de fato aparecerão na monografia. O resto é muita especulação que ainda tenho que decidir se vou usar. Me perdi navegando pela internet e chegei a uma página que deve ser virada, em todos os sentidos. Não deve ser acessada mesmo, além do mais de madrugada, a hora do perigo há tantos anos. Mas deu pra voltar ao trabalho e fazer algo de produtivo.
No outro dia minha amiga veio aqui e finalmente soube o que é um blog. Me ajudou a começar os trabalhos da monografia, e acabou dando um esculacho neste tipo de escrita que será um dos objetos de estudo do meu trabalho.Leu o tal famoso blog da Clarah (não vou colocar o link aqui pq ela já tem muita divulgação, e nem acho aquilo nada demais) e teve a mesma opinião da minha orientadora, e a minha opinião também. É todo aquele bla bla bla adolescente que não é nada novo e não acrescenta porra nenhuma a existência de ninguém. Tem também um q de auto-promoção (outra questão do meu objeto de estudo).
Naquela noite fiquei me perguntando o que poderia colocar aqui. Se estivesse entre 1995 e 1997 apareceriam milhares de versos gigantescos em inglês, sobre um certo state of bliss que não é mais tão constante. Aquele que permeava minha cabeça todos os dias sem exceção, e era incitado por embalos como a trrilha sonora do Beleza Roubada. Hoje existem outros states of bliss, não tão facilmente manipulados por mim. Eles me fazem escrever de uma forma mais adolescente então? Ou o que eu escrevia era também adolescente, só que metido a besta? Pensando bem, não era eu adolescente que escrevia. Era uma adolescente que escrevia por uma certa Martha, abdicando menções ao que foi feito na noite (chopps, Bunker, cinema e toda esta coisa convencional jovem) ou a um coração que dói de solidão, frustração ou pé na bunda. Não havia nada disso naqueles escritos. Não que tudo fosse sobre o state of bliss; faltava uma certa concretização dele (que de certa forma veio mais tarde), rolavam umas frustraçõese tudo mais...
Não sei, mas talvez as palavras fossem mais interessantes antes mesmo. Naquele período imundo a partir de outubro de 2000, apareceu outra forma de escrever, totalmente baseada na dor (nada além disso) e já em português, mas mantendo os versos. Sairam algumas coisas interessantes também. Vou ver se tem alguma coisa interessante daquele período pra colocar aqui, já que a fase 95-97 está toda em cadernos, e neste momento não rola de transcrever.

Eu me arrumo para você
Para minha própria frustração
Para a negação do que eu desejo intimamente
Eu me arrumo para as minhas tolas fantasias de sábado pela manhã
Me deixo levar or um brevíssimo segundo para esta manhã de Sábado
Para a volta
Exatos um mês depois
Não vai ser nada
Isso é o pior
As coisas vão se banalizar e qualquer tipo de emoção será muda
Da nossa parte
Porque a partir de um momento não haverá mais movimento algum
Somente dois lados desconhecidos e completamente separados
Algumas especulações minhas
Várias especulações minhas sobre estes prováveis e terríveis 6 dias que virão
Não posso evitar chamá-los assim ao me expor aqui.
Eu me arrumo para a minha renovação
Para mim
Esta certeza não é completa como a outra também não é
Mas esta....
Está na parte mais fraca do meu organismo, minha mente
A outra corresponde aos meus passos, ao controle do meu tempo no dia.
Entro bruscamente em seu mundo de sons
No mundo de sons de uma fêmea como eu
Com momentos não só de clichês femininos
Mas de atitudes também masculinas
Atitudes de força, de um abraço firme que ainda penso poder dar a você em um momento em que você realmente precise disso
Como se sentisse um frio e um medo profundo na espinha e na alma
Essas suas sensações de fêmea que seriam usadas para o bem
Para o bem da comunicação do mundo
Para o bem do entendimento no mundo]
E seus toques profundos de macho também para um benefício
Firme e acolhedor
Um benefício comum de homens e mulheres
Acolher e espantar qualquer medo.
Entro agora na sua parede de som com um objetivo em mente
Mas confesso que só poderei ver como conduzi esta minha empreitada daqui a um tempo
Quando esta música já tiver me penetrado por todos os lados e já houver distância suficiente para ver tudo isso
Se foi para te entender
Para te recuperar como eu pensava você ser
Se foi para te tocar de uma maneira distante, lírica e observadora
E não te reconhecer mais uma vez nesses sons
Não te reconhecer nas melodias e letras
Não sentir sua pele e por isso não me torturar ao ouvir tudo isso, pois os sons não estão entranhados em você
Por isso sobrevivo a todos os seus discos
Que, segundo você, tem tanta importância e significação assim
E simplesmente ouço
Absorvo o que casa
E presto atenção no resto
Presto atenção em tudo.
Presto agora atenção em tudo
E não é possível mais pensar e conviver com um tudo que não é todo
Que não é completo na alma, no sentimento
Não posso mais viver sem uma pele extensa que corre pelo meu corpo diariamente
Preciso de células, nervos, sons, muitos sons, de bocas, instrumentos
Preciso continuar ligada para me extenuar após ter esgotado tudo
Após Ter tornado todo o possível usado e me deparar com um vazio meu
Um momento em que eu serei vazia em mim mesma
E então me voltarei para o mundo e para poder me dividir dentro dele, como deve ser a ordem normal das coisas
E esse tempo me ora assusta demais, quando eu preciso desesperadamente de você
Ora me assusta menos, quando olho e só (,) me vejo
Nesses momentos em que tento me arrumar plenamente para mim
E penso em alguém que me observe ainda em silêncio, mas um silêncio que seja sufocante
Não um silêncio passivo como o seu
Um silêncio um pouco incômodo. Sei que você quer mais tem dificuldade de se expressar
Mas pior é a sua dificuldade de tentar ser bom
Sua dificuldade de tentar sarar
Dificuldade de deixar os ventos das pessoas, dos ambientes arrasarem você por dentro até causarem uma total desorganização que te obrigará a refazer tudo
Te obrigará a trabalhar
A sentir perceber as coisas que se esvaíram, se derreteram
As outras que foram amassadas, dilareceradas
E que se reduziram a pedaços, poeira, lama, cinzas
Tudo isso depois que um furacão passar por você e destruir seu mais íntimo abrigo
E te deixar nu, no meio da chuva, da fumaça e dos destroços.
Porque isso é necessário no mundo por alguma razão.
Agora saio para viver mais um provável dia de impessoalidade com alguém que já me consumiu com tanto gosto e que agora me consome com minha perturbação e seu desprezo
Ou um dia de mais um monólogo que me leva a lugares extremamente perigosos, mas que se não acontece me faz sentir como se tivesse com coágulos no coração, uma mordaça apertada e roupas quentes a abafar a pele.
8/10/2000


He he, bad trip total... It´s gone, ainda bem... Se a escrita era melhor eu não sei, (nem rolou de ler tudo agora, ia ser meio ruim), mas os tempos eram os piores possíveis.