Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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sexta-feira, novembro 22, 2002
Sei que ninguém se interessa mesmo... mas ainda sim vou colocar aqui o review que eu fiz para a revista onde trabalho, sobre o disco novo da Tori Amos. Uma bela oportunidade para quem não conhece Tori Amos lançou seu primeiro disco em 1991, e até hoje no Brasil sua popularidade é quase nula. Com uma riqueza musical bem maior daquela de produtos femininos mais populares aqui, como Alanis Morissette, Amos ainda não encontrou muitos ouvidos receptivos à sua música no Brasil. Uma pena. Em Scarlet´s Walk, seu sétimo disco, ela oferece um produto mais facilmente disgestivo que em discos anteriores, sobretudo no policonotativo Boys For Pele (1996). A maioria das músicas são permeadas por um abuso de backing vocals, feitos pela própria cantora; mas talvez a maior responsável pela facilidade de ouvir Tori Amos neste disco seja a simplicidade dos seus arranjos de piano, em compação aos seus trabalhos anteriores. Enquanto em Bells For Her (do álbum Under the Pink, de 1994) ela simulava com um piano os sons dos sinos do título da canção, e no clipe de Talula (de Boys For Pele) ela mostrava um prazer quase orgásmico ao tocar o cravo da música, em Scarlet´s Walk Tori Amos divide o volume e a importância de seu maior companheiro com os outros instrumentos, de uma forma mais igualitária. A bateria, principalmente, é o elemento mais presente durante o disco, mantendo o mesmo tempo ao longo de cada música, sem as quebras comuns em diversas canções dos outros discos. Tori ganha uma conotação mais pop então. Entretanto, esta pode ser uma impressão inicial. Ela ainda conserva em suas letras algumas estranhezas outrora caracterizadas por seres e imagens fantásticas que aparecem em clipes como Raspberry Swirl (1998) e God (1994). Na música Crazy, Amos menciona tigres de papel vivos que a assustam na madrugada ("Paper tigers scare and came/Alive, through the dawn, to the light"). Já em Taxi Ride, ela resgata uma feminilidade despojada, muito mais profunda que a pregada pela filosofia girl-power de artistas pasteurizados como as Spice Girls ou Avril Lavigne. "Even a glamorous bitch can be in need / This is where you know the honey from the killer bees" são versos que remetem ao conteúdo de Leather, de seu primeiro disco Little Earthquakes (1991), em que Tori assume explicitamente uma persona mais ousada, e ainda brinca com isso. Depois do 11 de setembro virou moda nos Estados Unidos artistas se posicionarem sobre o fato através de seus trabalhos pós-tragédia. Era isso aliás o esperado em Scarlet´s Walk. Mas não foi necessariamente o que aconteceu. Sinal de política apenas em Pacake, sem que seja levantada qualquer bandeira “pró-nação-ferida”. Tori Amos, pelo contrário, acaba por afirmar algumas posições de cidadania e análise de um país que teve o seu poder posto à prova por uma organização terrorista de terceiro mundo: “I'm not sure who's fooling who here / As I'm watching your decay (…) I believe in defending in what we once stood for / It seems in vogue to be a closet misogynist homophobe (…)'Cause I can look your God right in the eye”. Por fim, o resto de ligação com os EUA, neste caso através de um aspecto mais histórico, aparece na música de encerramento do álbum, Gold Dust. Tal como fez Elton John (uma das referências mais básicas da cantora) em Indian Sunset (do disco Madman Across the Water, de 1971), a música aparece recheada de referências à riqueza material e pessoal da história norte-americana. Outras semelhança entre as duas canções são os recursos usados para remeter ao que é dito nas letras; além dos pianos de Tori e Elton, há ainda belos arranjos de cordas, lembrando as trilhas sonoras dos épicos filmes de western, figuras símbolicas que também contam um pouco da história da formação dos Estados Unidos. Infelizmente, é apenas lá e na Europa que Tori Amos encontra resposta para o trabalho que faz. Completíssimo por sinal, tendo em vista que a moça compõe todas as letras e arranjos de seu piano, e até bem pouco tempo atrás se apresentava no palco sozinha com ele. No Brasil, isto ainda não é tão valorizado. Basta dizer que nem todos os seus discos foram lançados por aqui. Mas pode ter certeza que em qualquer esquina você não vai ter dificuldades de encontrar o disquinho da Avril Lavigne, que não chega a ser a quarta parte do que Tori é como artista. terça-feira, novembro 19, 2002
Mais um jabá deste surdo alcoólatra. Vale a pena dar uma conferida no site, esses caras (e uma garota) mandam bem, bebem bem e sabem ouvir boa música. Confiram minha colaboração no surpreendente link "Colaborações". domingo, novembro 17, 2002
(Antes, leia Vidas Etílicas - Edição de Colecionador, logo embaixo) Um amigo acaba de me explicar como cheguei em casa. Foi mais ou menos isto: "seu animal. depois da festa no leblon, eu encostei o carro num recuo na 24 de maio pra mijar e quando olhei pra trás, você tava correndo que nem um maluco pra casa. te liguei e falei: "porra. onde você tá? eu ia te levar em casa." e você falou que já tava do outro lado da linha do trem quase em casa e que era pra deixar pra lá. animal. tava amanhecendo. eram 4 e meia, por aí." Não, não foi a primeira vez que saí correndo para casa enquanto um amigo que me dava carona encostou para aliviar a bexiga. E me contam que eu quase entrei num carro de auto-escola na hora de voltar pra casa, saindo da festa. Eu não existo. Vidas Etílicas - Edição de Colecionador Ontem de manhã cheguei em casa duma festinha que rolou toda a noite de sexta. Cerva e outros derivativos do álcool, fora entorpecentes proibidos pela Constituição deste Brasilzão careta. O que merece destaque é que, até agora, eu não faço idéia de: 1) Como voltei pra casa; 2) Como tirei a roupa da festa e vesti meu calção Sandpiper oficial de dormir; 3) Se além de trocar de roupa, eu também tomei um banho antes de dormir 4) Como e porque eu liguei para 3 pessoas do meu celular, sendo uma delas a minha namorada (que graças ao bom Pai, continuou dormindo e não atendeu a ligação); 5) Se perdi a minha virgindade anal; 6) Como eu sempre acho a direção do meu quarto mesmo sem a menor condição de fazer nada a não ser dormir (é no décimo andar de um condomínio com 2 blocos de edifícios). Não tentem isso em casa, crianças! ps.: Ao menos o meu celular eu não perdi, ha ha ha! |