Gustavo & Thais

sábado, outubro 19, 2002
 
Considederações Sobre Infâncias Diferentes
Ontem, através de um papo despretensioso (ou não) acabei contando em resumo, a história da minha vida breve pra uma grande amiga. À medida em que as palavras foram saindo, comecei a me dar conta de uma gravidade, da qual não me tocava há um tempo. Gravidade significativa de algo incisivo, não necessariamente bom ou ruim. Apenas forte mesmo. A tal história começou nos anos de Frango mesmo, e reafirmei o sentido de reformatório, disciplinador fracassado que o meu colégio teve. Passando pela 5a., chegando à 8a. série, a história não é mesmo leve. Hoje vejo a Marina e me surpreendo com o seu senso ainda infantil em relação ao mundo. mas como me surpreendo se ela só tem 10 anos? É uma criança mesmo, pô. Eu ainda era criança com esta idade? Não me lembro de nada relativo à infância depois dos 10 anos. Só referências à MTV, à febre de Guns n´Roses que apenas começava. E ainda se manifestava de uma maneira saudável naquele ano de 1991. Depois viriam as incursões intermináveis, todas dentro do quarto, ou na sala de vez em quando, naquela janela foda do 91 (Rua das Laranjeiras). Imagina o que seria aquela janela se ainda estivesse lá em janeiro do ano passado... (Leaving Las Vegas no som).
Mas voltando ao rewind de ontem à noite, me lembrei mais uma vez como as coisas foram estranhas. Lembrei do dia que minha amiga F., que não é Cristiane F. nem nada, me contou do mundo drogas em que já havia entrado. E me contou despretensiosamente, sem qualquer significado de grande revelação, já que aquilo já fazia parte da sua vida há algum tempo. Era 94, Robert Plant e Jimmy Page estavam no Brasil para divulgar o Unledded (e dois anos mais tarde viriam para o maravilhoso show da Apoteose). Houve uma apresentação do acústico na praia de Ipanema. Minha amiga tomava ácido pela primeira vez. Mas naquele dia do colégio era pó, era o Senhor Sol, era o Moacir, namorado de sua irmã. E era eu voltando pra casa, pasma e mais um passo fora da ingenuidade, pra ouvir The End do Doors. Hoje em dia é uma das faixas lugar-comum que eu pulo quando ouço o CD.
E ainda sobre o Doors, e voltando a 91, havia o filme do Oliver Stone. Havia o clipe de Break on Trough em que eu via dois vocalistas no Doors. Achava as imagens do Jim diferentes no vídeo e me perguntava quem era o outro cara que cantava no clipe. Como no Rock in Rio I, em que eu achava que o Freddy Mercury era um cantor chamado Queen. Era o cara que mais aparecia, então pra mim era só o cantor. em 91 também havia o Na Cama com Madonna, e Justify My love era proibido na MTV americana, mas passava na filial daqui. Eu gravei e mostrei pra minha boa coleguinha de colégio, Lívia, filha do locutor de rádio Luciano Alves. Minha mãe achou um absurdo e fez cara feia passando na sala, onde era o vídeo. Rolou também um Globo Repórter sobre a maior pop star do mundo, o lançamento de seu polêmico filme, a Blonde Ambition Tour , sua presença em Cannes, com aqueles sutiãs de cone por baixo de um robe cor de rosa e ao lado do diretor do filme, Alek Keshishian (se eu não me engano é assim que escreve). E a gente não podia ver o filme, porque era censura 14 anos. Mesmo assim as imagens mais polêmicas passavam na própria MTV, no falecido MTV No Ar, ou no Disk, em clipes como Like a Virgin. Então a gente via tudo. A cena da simulação de sexo oral com a garrafa (que eu não entendia muito bem), simulação da masturbação (que eu viria a entender no ano seguinte), a pseudo-suruba com os dançarinos etc..
Tive um papo maravilhoso com minha amiga Ana Lúcia e ela ainda me lembrou de fatos como o maravilhoso Fluff e o Porradobol, no nível das nossas brincadeiras infantis. Todas na 4a. série e pararam por aí. Havia ainda o maravilhoso Batata, Batatinha ou Batatão, introduzido na nossa turma pela Flávia. Mas era tudo uma sacanagem pura mesmo. Acho que de fato não hamvia mais um conteúdo infantil puro naquela época. O senso de deboche imperava. Então roubávamos o Fluff da 3a. série, já que éramos as maiores da tarde. O Porradobol era um lance mais agressivo mesmo, consistia em chutar com toda força em direção aos pés de outras pessoa uma lata amassada de refrigenrante, daquelas que ficavam no chão do recreio. O BBB (que não é Big Brother porra nenhuma!!) era o mais puro deboche mesmo. Fazer o amigo rir sem caretas ou piadinhas, mas com sacanagens mais espirituosas e lembranças das merdas que fazíamos na sala de aula. Sacaneando as músicas ruins dos rádios, sacaneando o fato de ter de estudar, o fato de ter que prestar atenção nas aulas... Ou seja, TUDO DE BOM.
Nesta mesma conversa ainda falamos sobre a geração Sega x Nintendo. E me lembrei de um único jogo - de tabuleiro e tal - que ainda jogávamos: o maravilhoso jogo da vida. A infantilidade no sentido de imaturidade existia, claro. Não era à toa que imaginávamos maridos famosos no Jogo da Vida. Mas putz, acho sensacional que ainda no início da década os nossos objetos de desejo não pertencecessem ao mundo infantil. Era o Sebastian Barbie, Maculay Culkin, Axl Rose... Sensacional... A Xuxa, by the way, já era motivo de piadas entre nós. Legal mesmo era a Astrid.

Ressaca de Dia Bom
Então, você passa um dia bom por tão pouco, aparentemente. E mais uma vez se vê às voltas com aqueles velhos pensamentos sobre a entrada e saída das pessoas pela minha área. Realmente não sei se tenho que aproveitar mesmo este momento de satisfação pessoal e embriaguez com os eventos quase que diários que acabam dando certo.
Não, não gosto de niguém de graça mesmo. já lhe façei sobre aquelas três pessoas com quem este fenômeno aconteceu. Sendo que uma frustrou minha expectativas de ter uma puta relação. Depois de milhares de tentativas, agora me conformei e ela se resume ao nome do meu blog e a incursões esparsas na minha vida. Hoje nos divertimentos depois de uma prova chata, de vez em quando saímos e batemos um papo agradável, mas nunca deu pra passar muito disso. Minha vontade já chegou a dar algumas voltas pelo nível físico, mas como todo o resto, não deu em muita coisa. Será que que estou amadurecendo com esta aceitação, como diria meu analista que não gosta da palavra conformação? Ou será que é mais um momento em que penso ter aceitado, e então voltarei a me irritar na próxima vez que a puta de expectativa e do desejo bater?
Não. agora existe um nome, uma pessoa e vários incentivos. Existe uma monografia a fazer. Existem prazos para entrega. Por enquanto a onda é boa, o mar tá pra peixe.
Mas nestas idas e vindas da minha inconstância permanente, bate de novo aquela vontade de me expressar de uma forma mais clara de modo que certas pessoas me compreendam plenamente.
Ontem no CAp bateu uma saudade de 97 quando Regina e Ana Lúcia - as professoras dos céus - estavam perto de mim. "Tão bom ela aqui por perto com a gente, né?". Melhor anda aé ouvir isso. Melhor ainda é saber que aquelas coisas aconteceram e que posso revivê-las em momentos como o de ontem. Ou então ouvindo o Clube da Esquina que vou colocar pra tocar assim que acabar de ouvir o Moon Safari, do Air. Pela primeira vez aliás ouço este disco fora do walkman e fora de uma ressaca do relacionamento-perrengue de três anos. Pois é, o progresso está chegando.

sexta-feira, outubro 18, 2002
 
Longe dos Amigos na Tarde
Escrevo agora porque se não, não vai sair nunca. Tenho a dizer sobre a ECO, onde fui ontem e senti uma inesperda nostalgia. tenho a dizer sobre o CAp onde fui hoje e sinto uma estranha nostalgia. Lá foi tranqüilo, fiquei ajudando minha amiga nas suas terefas burocráticas. Mas depois de um papo sobre o Clube da Esquina que tive com meu colega de trabalho Jomar ainda pouco, fico pensando nas tardes em que chegava do colégio, em 97, e colocava o disquinho pra tocar. A música do Beto Guedes que não sei o nome continua na minha cabeça. Vou tentar buscá-la na Usina do Som. Acho que ela vai acalmar a onda de adrenalina que me consome por não poder estar perto de todos os meus amigos agora. Eles estão em níveis de perrengue diferentes, não estão desesperados nem nada. Mas gostaria de poder atender a todos. A Ana Lúcia esta hora está na dinâmica da Shell, a Verônica depois de um dia exausto de enfermaria, Liga e etc., a Regina às voltas com provas do CAp e o anteprojeto de doutorado, eu às voltas com o anteprojeto da monografia e com a festinha de hoje para ver a minha pessoa, o André que parece mais ou menos, o Godinho que está radiante e quer compartilhar as novas desta semana....
Não queria ser várias. Queria apenas ter tempo e ser D.E. em relação a eles, e não em relação a qualquer outra coisa.


 
Vidas Etílicas, Stones e Saudades

O Rio de Janeiro continua lindo. Agora é Lula. E grandes merdas. You can't always get what you want, meus irmãos queridos cantam aqui no meu CD player vacilão, nem sempre você consegue o que quer. Fazer o quê? Esta é a sua vida, amiguinho, ela não fica melhor do que isto. Então ontem resolvi sair. Encontrar uns sorrisos baratos, umas palavras amigas e alguma birita. Bebi? Bebi. Fumei? Fumei. Beijei? Acho que sim, mas talvez não. Então bebi mais. E troquei histórias com alguns amigos do peito e do copo, e pedi conselhos e juro que pedi por uns milagres. Um milagre de 2000 km.
Amar não é para amadores, meus amores. Deixa marcas pelo seu corpo e cicatrizes em suas noites de sono. Você fica feliz mesmo sem entender porquê. Não é que você fique feliz e pululando feito uma libélula, é que você não consegue ficar triste. Você não quer mais saber de tristeza. Ela não está aqui, e ao mesmo tempo não sai de perto de mim.
Mas não vou me deixar abater. Ela me ama e é o que basta. E ainda tenho os Stones aqui me botando pra cima, e vou deixar o disco deles tocando até que o Mick Jagger resolva aparecer com seus comparsas de crimes pra tomar umas cervas comigo entre um blues e outro rock. She's like a rainbow. She comes in colours. E vou rodando este meu filme em preto e branco.
Já vi que vou beber muito hoje. E agora tocando Wild Horses. Vou beber muito, vou me afogar em saudades, em declarações, em memórias e desmemórias e em Stones.

 
A Medrosinha do Brasil

NÃO TENHO MESMO MEDO NÃO!!!

domingo, outubro 13, 2002
 
A Primeira (e última) A Gente Nunca Esquece
Não sei se é melhor falar sobre isso e reviver o que aconteceu ontem, porque tenho medo de entrar nela de novo. Ela quem? A bad trip. Acabamos por nos conhecer ontem de noite e ela acabou por me proporcionar um puta momento ao lado da minha mãe. Uma bad trip não vale qualquer micro arranhão na minha relação com a progenitora. Por isso vim pra casa e acabei ficando feliz da vida depois de um papo que durou até às 3:20 da manhã. Quem diria que aquela onda escrotaa de ontem à noite acabaria resultando em algo bom.
E agora, tô fora. Prefiro a cervejinha - nada de Cidra!!! Ou um bom vinho pra dar uma relaxada.
Perdi algumas horas com meu grande amigo e seus outros amigos legais. Perdi algumas horas com a minha pessoa. Mas tudo bem. Se ele for um rapaz legal vai entender. Meu amigo é um rapaz legal. Já ligou enquanto eu estava dormindo. E agora vou deixar pra trás. E fica a minha mãe, que é uma pessoa FODA.