Gustavo & Thais

sexta-feira, outubro 04, 2002
 
Post pessoal para caralho

De novo Stop Crying Your Heart Out. De novo um choro mal contido. De novo uma vontade tresloucada de sair escrevendo a noite toda. De novo abri minha caixa postal e um sorriso besta me apareceu.E só preciso segurar a minha loucura mais uma semana, uma semaninha que será imensa.

Hold up hold on don't be scared
You'll never change what's been and gone

May your smile. Shine on. Don't be scared
Your destiny may keep you warm.

Cos all of the stars are fading away
Just try not to worry you'll see them some day
Take what you need and be on your way
And stop crying your heart out

Get up. Come on why you scared
You'll never change what been and gone


 
Baganas de cigarro, uma velha canção, o velho velar do mesmo vento vagabundo. Diva chora, os olhos esbugalhados a mirar o teto, os lábios balbuciam uma prece confusa, a vida se esvai manchando os lençóis de cetim importados da Cachemira.
Diva olha para o teto do apartamento, pois não tem coragem de olhar para o próprio ventre e se deparar com a cena dantesca de suas vísceras sendo expelidas de dentro do seu corpo. As mãos estão amarradas à armação da cama de metal, a voz lhe falta, as pernas estão dormentes, ela sente o sangue subir pela garganta.
Diva era uma estrela. Seus discos eram elogiados até no Japão, voz de veludo, corpo de violão. A turnê mais recente havia sido um sucesso, Diva circulava soberana na festa patrocinada pela sua gravadora em virtude de mais um disco de ouro obtido com o último trabalho.
As senhoras elogiam a ousadia do longo decotado a exibir as costas da starlet, os homens comentam, entre uma tragada nos charutos (cubanos) e um gole de whiskey (escocês), a queda do ministro da fazenda e a fartura do físico de Diva, evidenciada pelo espetacular vestido da cantora, de muito bom gosto e de um renomado estilista nacional, aliás.
Diva prefere desfrutar da companhia e do loqüajar pseudo-intelectual (papo furado) de Jorge, moreno, olhos verdes irresistíveis, corpo de talhe mais irresistível ainda, desempenho sexual lendário na noite carioca.
As horas passam, os convidados se retiram, a noite é ainda uma infante para a maioria, o desejo personificado em Jorge borbulha fervilhante no sangue da diva. Ele oferece uma carona até a casa dela em seu novo (novíssimo) Jaguar V12, ela aceita já vislumbrando o garanhão puro-sangue em ação.
Chegam à residência de Diva. Ela pede ajuda para subir até o apartamento, aquele baseadinho da festa (e outras substâncias igualmente ilícitas e não menos tóxicas) “pesou na mente”. Jorge sabe muito bem quando uma mulher o deseja e finge que acredita na desculpa para arrastá-lo até o apartamento e, pensando bem, são duas e meia da manhã e Diva é, pelo menos, uma delícia.
Diva abre uma garrafa de Chardonay e liga o CD player importado de Miami. Caymmi chora apaixonadamente quando Diva retorna à sala trajando uma longa camisola que mais revela do que esconde seus (muitos) predicados. Charmoso e malandro, Jorge se faz de desentendido e diz que precisa ir embora, agradecendo o vinho e parabenizando-a pelo disco de ouro que, aliás, ficou no carro, espere um pouco que eu desço rapidinho e o trago até aqui antes de ir-me.
Diva não quer saber daquela coisa, pela gravata puxa o macho, seu macho esta noite, para sentir-lhe o bafo quente acalentar a bola de neve que faz arder suas entranhas, morder-lhe os lábios. O fogo se alastra pela sala, ela finalmente descobre o peitoral do campeão após libertá-lo do terno. Mãos e lábios percorrem seus músculos se embebedando com o odor afrosidíaco da pele bronzeada, os seios fartos e intrumescidos roçam na musculatura olímpica, as sábias mãos de Jorge os apertam, acariciam, queimam, ela geme pela primeira vez e o arrasta para a cama puxando-o pelo cinto.
Ela se espalha no cetim e se contorce só de vê-lo desfivelar o cinto. Ele propõe o jogo, ela aceita, ela se deixa ser presa na cama pelo semi-deus. A barba rala arranha sua pele até os beijos encontrarem a mata densa, súperúmida, tórrida, perfumada. Ela delira, nada pode ser tão bom!, ele se farta, ela abre os olhos para acreditar, ele levanta a cabeça para tomar fôlego, ela quer mais (muito mais) e o prende entre as pernas, ofegante, rija, suada, cadela no cio, ávida, desesperada.
Ela chegou ao orgasmo junto com a guitarra de Robert Johnson, a voz lhe faltou, a audição se perdeu, as visões foram coisas de outro mundo e ela não viu Jorge puxar a navalha da meia, nem sentiu o corte profundo que a abriu da vagina até o tórax. Ele pegou suas roupas e se foi, após saborear o sangue ainda quente pingando da navalha. Era de fato um sedutor mortal.
Então veio a dor. E o desespero. E um solo de Miles Davis, que foi a última coisa que Diva ouviu antes de morrer. Um solo lindo. Matador.


quarta-feira, outubro 02, 2002
 
Mandaguari. Para muitos, apenas um lugar a mais. Para mim, o meu lugar. Onde nasci e fui criança. Carrego Mandaguari para onde quer que eu vá, dentro do coração, no documento de identidade, nos recantos da memória mais memória. Minha primeira bicicleta, minhas tardes debaixo do sol e tomando banho de mangueira, minha primeira namorada e o Chevette Hatch azul do meu pai. Descer a ladeira da minha rua de bicicleta, correr para baixo do chuveiro depois de ser atacado por um formigueiro e beber meio frasco do perfume da Tia Valquíria. Ficar na varanda de casa sorrindo com as pedrinhas de gelo caindo junto com a chuva.
Mandaguari, daqui a uma semana. Um alívio, quase um exílio, quase um retiro espiritual. Cinco dias podendo sorrir sem compromissos com nada que não seja o sorriso de alguém me sorrindo também. Deixar a rotina carioca para o jornal da noite. Rever as piadas do Tio Jair e os quitutes da Tia Amira. Andar de bicicleta pela rua e poder ver as estrelas de noite. As estrelas, um céu imenso, um frio de rachar, um silêncio que talvez vocês nem façam idéia.
E as meninas de Mandaguari. Da última vez que eu fui, lindas. Não essa beleza exagerada, por vezes falsa, das grandes metrópolis. Lindas por conta de um algo mais no olhar, nos lábios, na pele, no modo como os cabelos dançam ao vento. Quase pinturas, de riso fácil e tímido. Meninas, ainda, e já mulheres.
E Isabela. Belinha. E o sorriso dela, os olhinhos brilhantes dela, o aparelho dela e a alegria que ela tem conseguido me passar. E meu coração querendo ouvir o tambor do coração de Belinha. E o mundo todo vai deixar de ser importante ali, porque teremos um ao outro, e todo o resto estará muito longe. Muito longe.
Mandaguari, daqui a uma semana. 1200 km. O tempo de um sorriso.

 
Se você não souber falar inglês, esqueça. Eu sei e estou com preguiça de traduzir. Só o meu lamento pra você, amiguinho.

Believe it or not, bananas do contain a small quantity of Musa Sapientum bananadine, which is a mild, short-lasting psychedelic. There are much easier ways of getting high, but the great advantage to this method is that bananas are legal.

1.Obtain 15 lbs. of ripe yellow bananas.
2.Peel all 15 lbs. and eat the fruit. Save the peels.
3.With a sharp knife, scrape off the insides of the peels and save the scraped material.
4.Put all of the scraped material in a large pot and add water. Boil for three to four hours until it has attained a solid paste consistency.
5.Spread this paste on cookie sheets, and dry in an over for about 20 minutes to a half hour. This will result in a fine black powder. Makes about one pound of bananadine powder. Usually one will feel the effects of bananadine after smoking three or four cigarettes.

1 banana = 100grams


Table of Weights

Pounds Ounces Grams Kilos
1 16 453.6 0.4536
0.0625 1 28.35 0.0283
0.0022 0.0352 1 0.001
2.205 35.27 1,000 1


terça-feira, outubro 01, 2002
 
Um Comentário sobre o Festival do Rio BR
ELE DEVE SER EXTINTO

Alguns Comentários para as Razões da Extinção do Festival do Rio BR
Com apenas um fim de semana minha raiva sobre este festival foi despertada. Os dois últimos não me trazem recordações boas. Em 2000, a primeira e por enquanto única dpressão diagnosticda da minha vida. Eu não podia ir ao Festival nem se quisesse. Nas sessões em que fui, foi um inferno.
Ano pasado, não podia sair de casa, e mais ou menos as mesmas razões do ano anterior me tiraram de circuito.
Mas desde que o festival foi unificado, virou esta mega-coisa estúpida, como um grande evento social. O Rock in Rio do ano passado foi o mesmo, mas as razões eram mais nobres, afinal teve show do Neil Young, volta do Guns e Axl Rose dando mole da piscina, tirando toda a porra louquice que foram aqueles dias pra mim. O evento durava menos dias e não cheirava a café capuccino.
No Festival é impossível não dar algum "Oi" para alguém, tirando a maratona de filas pra entrar, pra comprar ingresso e a imbecil paranóia ou obrigação de comprá-los antecipadamente, para poder ver o filme.
Chega de óculos retangulares - como os meus por sinal - dee aro grosso. Chega de golas rulê. Chega de grupos de mais de três pessoas na porta dos cinemas moderninhos do Rio. Chega de filmes modedrninho. Chega de filmes obscuros. Chega de "oportunidade única pra conferir filmes que não vão entrar em cartaz". Foda-se então. Chega de vinheta imbecil com a praia de Ipanema e o Morro Dois Irmãos em pôr-do-sol vermelho. Chega de bairrismo carioca, como se o Rio fosse só a Zona Sul. Chega de paranóia para não encontrar pessoas desagradáveis em um filme em que eu quero ir.
QUE SE FODA O FESTIVAL.

 
Fui Censurada!!
Realmente ainda não sei ao certo as razões que me motivam a escrever nesta coisa virtual, nem mesmo o que me fez criá-lo. Mas o fato é que mantenho os testículos aqui e escrevê-los me dá um certo prazer ou alívio. Pois hoje fui censurada por um leitor pouco assíduo, mas de opiniões revoltadas. Creio que este espaço seja público e a entrada nele depende exclusivamente da vontade ded quem está com o mouse na mão. Logo, ainda que eu me refira a qualquer coisa, este é o meu direito de fazê-lo, e não sei por que cargas d´água resolvi maninfestar algumas opiniões neste tipo de espaço. E como disse, a escolha do espaço é problema meu.