Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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sexta-feira, setembro 27, 2002
magrelinha olho no espelho e vejo um tronco magro e mirrado. ele representa bem o dia. você não procura saber do meu cotidiano ou dos pensamentos neste momento em que se estabilizou. sua mudança de espírito é notalvelmente rápida. do desespero, que mediante o o menosprezo do meu ssofrimento posso chamar de exagero, à indiferença que fere e não mede conseqüências em mim, porque você não me conhece. não, você não tem o direito de se desesperar. é tudo verdadeiramente superficial e não devo levar nenhum choro seu a sério. ele passa rápido. sua experiência de dor é insuportável por alguns instantes e qualquer distração a dissipa rapidamemnte, como se ela não houvesse existido, ou fosse um micro-problema latente, contornável de uma forma tão fácil que me dá nojo por ter acreditado nos seus sentimentos de infelicidade. não escrevo nada para que você leia e pretendo não viver mais para que você viva. toda a dor foi verdadeira e acentuada por uma lacuna que existe entre nós. uma lacuna de compreensão de vida, que prolonga um desconforto em mim ao passo que você vive lapsos de tristezas que acredita serem grandes. viu como você não é doente? viu como se curou rápido? eentão deveria ter admitido antes para você que era eu que te deixava doente, e então ter me deeixado para ser saudável. em vez disso, preferiu se achar doente, manteer-se assim e me manter ao seu lado, enquanto não um analgésico definitivo para sua doença, analgésico que não viria de você, mas do que você esperava encontrar para me abandonar. quando encontrou, deu-se o fato. agora estamos mais distantes do que sempre fomos, com a diferença que vejo com clareza este seu comportamento egoísta e cuidadosamente impensado. quinta feira medonha parece um retrocesso há dois anos atrás. muitas das sensações são as mesmas, apenas há um gosto pior na boca, de cigarro desmedido ao longo do dia. as ausências são todas neste momento da madrugada. uma intenet não funciona, um telefone não tocou e eu não posso tocar para ninguém. parece mensagem mesmo. o próximo sábado parece um pesadelo nebuloso na cabeça, mesmo que tenha tido um papo válido hoje, com o "agora ex-menino marlboro". ele continua atraente sobb um ponto de vista que relevo muito. suas palavras são boas de ouvir e têm conteúdo. mas como sempre, nada bastou. e agora estou aqui absolutamente sozinha como não me encontrava há muito, mas muito tempo. é, na verdade o desconforto também vem do estranhamento por estar nesta madrugada que não deveria ser assim segundo a minha vontade. cigarro e carro foram vávulas de escape hoje para uma história cujo fim se aproxima, mas não chega. e eu que não agüento mais esperar este fim e tenho me redobrado para fazê-lo acontecer. mas quando os desencontros conspiram contra, caio nas próprias armadilhas das minhas obsessões antigas, que retornam com toda força. e no momento do desespero, não há nada para olhar em volta. tudo é tomado por um sentimento de urgência consciente de que não vai chegar a um lugar seguro. agora anseio profundamente o dia de amanhã, quando voltarei a ter a comunicação pela qual busco nesta madrugada infeliz. quando um dia cheio de programas e perspectivas práticas, como o de hoje, começa, a sensação é de progreso absoluto. e por um erro infantil, tuddo se transforma em uma paisagem controversa em todos os sentidos. não há nada para salvar no dia de hoje. foi um dia que merece ser incinerado ee ainda não foi, pois não passou. me mantenho acordada, totalmente incapaz de ouvir as vozes que queria ouvir. com uma calma egoísta e cruel do lado da pessoa que fez este mal. e sozinha com a minha incapacidade de administrar este mal. não é culpa só dele, é culpa do dia, das estrelas e da lua, é culpa da indisponibilidade do mundo, que em diversos momento é naturalmente indisponível, porque é mundo. neste momento não tenho medo de amanhã, já quee tenho escolhas a fazer para não perpetuar mais mal estar até sábado. não tenho medo de amanhã, porque acredito que ele trará algum alívio que procuro, através de pessoas certas, que existem. amanhã ainda terá os ecos de hoje, talvez acorde pesada, me lembrando do hoje que aconteceu. mas tende a ser melhor porque tenhos escolhas e meios. tenho fome, mas falta motivação e vontade de comer. vou dormir também com um mal estar físico. ainda isso. acredito no amanhã como um dia de alívio através de palavras, mas tambéem como um dia de decisões perigosas, em função da minha loucura. ou mesmo em função do meu descontrole e incapacidade. não preciso de sábado. posso expor toda a verdade para você, ou posso deixar tudo como está. mas talvez a verdade traga algum alívio, ainda que o esporrro seja grande. acho que preciso dee um reméio para dormir. por que não tomá-lo? eu só preciso dormir, realmente, porque dormir me trará o dia de amanhã. dormir vai trazer os acontecimentos. esta estática é o que atrapalha no momento. quinta-feira, setembro 26, 2002
Acabei de escrever para o amigo de blog uma denominação perfeita sobre o inimigo de todas as horas. E aproveitando que no último post falei sobre fantasmas, aqui vai a alcunha do rapaz: Gasparzinho do Inferno Por causa do estresse de amanhã de manhã, me abriu um espaço na cabeça para que o fantasma nada camarada ficasse perambulando no meio dos meus neurônios. Ele que se foda, porque certamente não está se fodendo e está bem melhor do que eu esta hora. terça-feira, setembro 24, 2002
"Em Aberto", isto é: vamos ficar por aqui e não vai dar em nada Como sempre importa menos para os de fora do que para mim. Gostei de você ter confirmado isso. "Achei melhor deixar pra lá". Não estava com cabeça pra resolver isso. eu sempre estou com cabeça para resolver tudo? sou mesmo uma máquina? Ou os meus psos não são tão grandes, de modo que posso suportar vários? Então você ligou, e como sempre minha cabeça é totalmente branca agora. Não me lembro de muitas de suas palavras e sei que a situação está "em aberto". E acho que nada significou muita coisa mesmo. Foi mais outro cometa. Foi mais outra ilusão, daquelas que eu sabia que iriam acabar, mas custei a acreditar. Mantenho em mim um sentimento estúpido e infantil de saudades e reconquista da diversão que tivemos juntas, assim como da troca de confidências. Quem diria, você vai ao centro? Como responder que eu nunca havia visto aquelas entidades antes? Minha cabeça, assim como o tal sentimento estúpido, é lenta como a de uma criança para perceber certas coisas. Esqueci de te perguntar quanto tempo tudo isso consumiu em sua própria cabeça, mas acho que não muito. E no meio do meu egoísmo - permita-me ser, já que você se assume como egoísta de carteirinha - me senti traída e logo após desprezada. Todos os sentimentos ligados à rejeição vieram à tona. E ainda aquele que insisto em chamar de inconformismo, dr. André. Acho que as coisas ficaram por aqui, já que se não fosse o meu incentivo estúpido nada disso teria acontecido. Mas isso não foi nada. Foi uma conversa meio que neceessária, meio que com vontade, meio esclarecedora. Sei da existência de milhares de mistérios dentro de você, todos eles completamente guardados na caixa do egoísmo, pois é aí que eles devem estar. É aí que todos os mistérios devem estar. Agora, faz todo o sentido o ano que se passou. Foi assim que ele deveria ter sido mesmo. E agora, fará todo o sentido o que vai acontecer. Vai ficar tudo assim, distante mesmo, e o que sobrou daquele sanatório da Praia Vermelha é a monografia mesmo. Tudo está sendo deletado aos poucos e com muita dor. Eu já sabia que você não era confiável nem eterna, mas aproveitei o gosto da sabedoria da vida e da música. O gosto das piadas inteligentes e das palavras corretíssimas (em alusão ao seu vício de superlativos sintéticos). Agora o que resto não parece pouco, mas o que parece é que eu quero mais constantemente, não importa o risco nem a ferida. É o contorcioninsmo mesmo, em busca de qualquer revelação ou momento de prazer. A nossa curta amizade, apesar das nossas dores, não foram um fardo. Hoje estive ouvido a ouvido com a sua pior e mais verdadeira cara. Eu já a conhecia, sempre falando de ourtros, e de outros episódios, que nada tinham a ver comigo. Hoje a cara foi para mim, as palavras também foram. Elas não foram agressivas, nem de desprezo, mas com a sinceridade que dói. A sinceridade necessária, não gratuita. In a Little While no meu som e me lembro de Slane, e todo o choro ao ver o palco do U2, no fim do show. Achei que aquilo fosse uma libertação definitiva. Mas na verdade foi uma catarse momentânea, e voltei de Londres com toda a bagagem de antes, sem deixar nada por lá, além das meias da Irlanda. agora que aprendi a jogar papéis fora, preciso aprender a largar umas pessoas em seus cantos. Deixar a existência delas sem qualquer conexão com minha consciência, de modo que eu apenas me lembre de seus rostos, vozes e movimentos de uns três em três anos. Preciso de períodos longos sem lembranças do que não deu certo. De modo que eu aceite e as deixe passar definitivamente. Na verdade, não posso dissociar você dele. Hoje em dia estão mais juntos do que talvez eu e ele fomos, ou eu e você. Preciso me lembrar de todos os olhares de paisagem, de cada semana que passou naquele manicômio e em que nada aconteceu. Preciso me lembrar da sua falta de necessidade de limpar este monte de merda, e a conformação em deixar sujo, talvez porque eu não fosse tão importante assim. Taí mais uma questão que eu devertia ter te perguntado. Talvez faça isso como uma desculpa despretensiosa para mais uma vez tentar não acreditar que tudo se reduziu a isto mesmo. Como você se conhece, como você sabe o quanto mental você é... Fico mesmo impressionada e mesmo acanhada, como se estivesse lidando com uma pessoa mais poderosa do que eu. E por que isso seria uma inverdade? Às pessoas que possuem a capacidade de dar desprezo eu tiro o meu chapéu. A força de não olhar, não pensar, não falar e demonstrar qualquer sinal de interação com o outro, sendo que o outro lhe foi próximo um dia, é admirável .Gostaria de ter esta qualidade para mim. Iria me sentir mais forte e controlada. Tivemos esta conversa e o futuro não mudou. O que fazemos com o passado? Com este não dá pra fazer nada. Ele parece ter tido importância apenas para mim, já que o tal menino achava que " seria uma dececpção como tantas outras", as quais ele nunca conhecera antes. E ela, viu o tamanho da merda, mas nãao teve cabeça, nem espaço na sua agenda lotada de problemas para resolver isso também. Lição de hoje pra mim: Certas pessoas cagam. Você tem que aprender a viver com isso. Se você que está lendo isso aqui trabalha com seleção de estagiários ou algo do gênero (RH), eu espero sinceramente que você SE FODA. E, sim, é pessoal, verme inútil. Get a life. domingo, setembro 22, 2002
Não sei onde achei essa pérola, mas enviei como foward para listas tem algum tempo. Uma guria me repassou, durante um desses papos de ICQ da vida. Não confirmo a autoria dele, só sei que não fui eu quem escrevi. De repente é até do Roberto Freire mesmo, vá saber. Mas é bonitinho. CRÔNICA DE AMOR Roberto Freire Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco, você levou para conhecer a sua mãe e ela foi de blusa transparente. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol,você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário, ele escuta Egberto Gismonti e Sivuca. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você não ama este cara? Não pergunte pra mim. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes de Woody Allen, dos irmãos Cohen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbativel. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Costuma ser despertado mais pelas flechas do cupido do que por uma ficha limpa. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referências. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é ... |