Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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sábado, setembro 21, 2002
Sábado, 21 de Setembro, duas e pouco da matina, um sorriso bobo na cara Existem coisas impossíveis de tomar a forma de palavras. Existem palavras impossíveis de tomar a forma de pensamentos. E existe a alegria. Mas antes de tudo isso, tímido, resguardado, quase oculto, tem o sorriso que você quer cativar. Porque nós estamos aqui, vivos, gordos, míopes, embriagados, sujos e sonolentos para semos felizes - e então, somos lindos. Lindos, ficamos imbatíveis. Lindos, entendemos a vida e passamos a vivê-la. Lindos, o máximo, nós. E o sorriso que você quer cativar quer mais é ser cativado, ele não existe em si mesmo. Quem ri à toa não sabe o que perde deixando de procurar uma razão pra sorrir. Pode ser uma razão distante, quase impossível. Impossível é a gente, impossível é a gente existir, impossível é a gente existir e não se conhecer, impossível é a gente existir e não se conhecer e ficar rindo à toa por isso. O sorriso cativado é sempre mais sorriso, é um sorriso teu refletido no outro, é um quase uma declaração. Você me fez feliz, mesmo que por uns segundos. O primeiro segundo é o próximo passo para a eternidade, para o infinito. Ganhando este segundo, você pode fazer uma vida valer a pena - e não estou falando apenas da sua vida. Um sorriso é a maior intimidade que duas pessoas podem ter, sempre acreditei nisso. Mas agora, acho que fiquei sem palavras. Não importa, eu ainda tenho este meu sorriso aqui. E ele não é só meu. quinta-feira, setembro 19, 2002
A expectativa de que nada vai acontecer ou Se Quiser Mais uma Vez Tentar me Conhecer, Leia Inteiro Convivo com ela ao mesmo tempo em que convivo com a expectativa de que o pior vai acontecer. Qual delas é mais dolorosa? A dor de ter qualquer expectativa é a mesma. É a dor da futura frustração. Não da expectativa de frustração, porque a frustração é sempre uma certeza. Eu fico aqui sem resposta para todas as minhas pequenas tragédias, que vão me cortando a cada dia, como se de alguma forma eu merecesse isso continuamente. Por que simplesmente as coisas não param em um dia qualquer? Em um dia de alívio, ou de boas descobertas mesmo? Agora, como há quase dois anos atrás, tenho colhões para permitir a companhia deTori Amos no meu quarto, nas madrugadas sempre perigosas. Mas ela já me deu todas as respostas sobre você. Acabei me encontrando eem sua música e me perdendo neste mar de pedaços em que se constituiu a ECO. Por lá passaram fragmentos de extrema crueldade e beleza. Desprezo e inutilidade também. O que me sobra? Muito trabalho a fazer, cartelas e cartelas de Paroxetina pra tomar, além de toda a fumaça que espera no balcão ser tragada por mim. Ainda há os impulsos telefônicos que vou gastar pra colocar alguns turbilhão no canal auditivo de alguma boa alma que me dá atenção. Mas agora ninguém está aqui e toda a doença está somente dentro de mim. Sem nada a fazer. Sem nenhuma mudança súbita ou qualque perspectiva de alívio. Meus bons fantasmas se tornaram o terror da minha doença. Eles não estão para mim. Estão entretidos nas suas próprias neuroses ou indiferenças cotidianas, e em nenhuma delas eu estou incluída. Não sou sequer um motivo de saudade. Muito menos de arrependimento ou ânsia. Sou um apêndice que hoje se manifestou como uma surpresa na sala de aula da ECO. Mas passou. Sou um apêndice que se manifesta telefonando. Mas passei na sua vida. Passei definitivamente. Fui trocada e perdi meu espaço por completo. De que adianta dizer que sua moral se perdeu dentro de mim, se continuo sentindo o mesmo afeto por você? De que adianta dizer tudo isso se já não sou mais para você há tanto tempo? Sou um estorvo a partir do qual você desenvolveu suas primeiras doenças e pelo qual você ainda sente qualquer afeto. Qualquer afeto. Nada demais. Hoje em dia sou, pelo lado da dor um "grande problema", e pelo lado do amor, um "nada demais". Liquid Diamonds no som... Agora Northern Lad, para queimar a noite de vez... Sobre esse contador... Agradecimentos e jabás mais do que sinceros da Equipe Gustavo & Thaís. Valeu, Manson. FUI INTERROMPIDA!!! Não ia Escrever Sobre Isso Mais uma vez fui interrompida em um momento que não esperava. E fui interrompida por uma besteira, totalmente desnecessária, de você, que acha que precisa de mim. Sempre de você, que não se lembra o que eu falo e que não percebe o óbvio. Se acha doente por uma doença que eu também tenho e não revelo. Sobre as outras doenças, como a neurose, você sabe que tenho e administro como dá. Agora fico aqui apreensiva como sempre, com aquela sensação de algo que poderia acontecer mas não vai. Razões concretas e bastante femininas existem para isso. E devo manter a minha raiva e olhar para o machucado da auto estima, que foi cuidadosamente conservado por você, como uma planta, durante estes três anos. Sim, muito do que escrevo aqui é sobre você. Aliás comecei isso tudo em uma das vezes em que fui dispensada. Mas que direito o destino tem para fazê-lo me incomodar justamente no dia em que me sentia mais purificada da minha doença. Há outras loucuras que preciso resolver e tentei fazer isso hoje. Qual o direito da porra do destino ao fazê-lo me incomodar por engano, justamente quando você leu algo que nada se relacionava contigo? Now the damage´s done e a noite, que seria focada em assuntos bem específicos, mudou de figura. E voltou para uma figura velha, viciada. Mas ela também seria sobre outra figura velha e viciada. Uma figura de pensamentos viciados na minhha cabeça da qual tento mudar o vício para algo mais saudável. Na verdade tento mudar o meu vício em relação a vocês dois. E me lembro de um momento de paz, dos poucos, em que vivemos os três juntos. Um sábado à tarde na galeria perto da Bulhões de Carvalho. Ficamos juntos e nos abraçamos, em um lapso de amizade e bem estar conjunto. É disso que sinto falta. Acho que na verdade não posso viver sem momentos como esse. E mais de um ano depois do fim de nós três, em conjunto, sinto falta das partes separadas. Sinto sua falta por todas as razões, bem óbvias. E sinto falta desta menina porque tivemos conversas maravilhosas, reveladoras e anestésicas para tanta dor que se processava o nossa cabeça no fatídico Outubro 2000 e daí em diante. Não sei o que acontecerá daqui pra frente em relação a ela. Foi uma amizade perdida e se retomada, o que acho impossível, estará com uma puta cicatriz. Quanto a ele, já existem quase todas as cicatrizes e ainda milhares de machucados. Todos enormes e devidamente cutucados a cada telefonema ou encontro. Por isso não vão melhorar tão cedo e eu vou ficando aqui, com este tempo que voltará a ser imóvel a partir de amanhã. O retorno dos dias sem surpresa, como a maioria deles. PAUSA: Gone, do Black Crowes, na Fluminense. Melhor não poderia ser. Me lembra um certo 97, em que o Amorica não saía do walkman e justamente embalava um dia atrás do outro de surpresas. Dias como aqueles são tudo. São o alimento desta rotina de merda. quarta-feira, setembro 18, 2002
Wave goodbye, honey. E as ondas se quebravam, uma após a outra, colorindo à maneira delas aquele domingo que nascia. Nascia e morria no mesmo espaço de tempo porque o narrador já meio entorpecido observava a cena pelos olhos de Bruna, que havia descalçado suas sandálias e sentia o mar beijar seus pés sobre a areia da praia. Para eles, para nós, ainda era sábado, ainda era a noite, fim de noite, hora de dormir e de lembrar – ou tentar esquecer. Um fim de noite como poucos, com direito a amanhecer e pactos de sangue. Bruna derramava suas lágrimas no Atlântico e eu passava a última ponta para Fernanda, que sorria e conversava comigo na areia entre um trago e outro. Conversava e procurava o homem dentro de meus olhos tentando adivinhar se ele era macho o suficiente para domar a fêmea que despertava em seus lábios. Meio grogue, meio ligadaço, curtia o alvorecer, o olhar de Fernanda, os desenhos da fumaça do cigarro ao vento e observava o mar pelos olhos de Bruna. De certa forma, Bruna merecia aquele sol que nascia. Assim como havia merecido o sábado. Assim como as ondas mereciam aquelas lágrimas e eu merecia Fernanda que merecia aqueles versos pastosos que eu tentava improvisar. Amanhecia. Tentávamos sorrir para disfarçar tanta felicidade. Estávamos entre amigos ali, eu, Bruna, Fernanda, o mar, o sol, a noite, e mais um garoto que já dormia na areia amparado pela irmã de Fernanda, que respondia por Flávia ou Amanda. Não lembro, talvez nunca tenha procurado saber. Bruna sentou-se junto a nós e me sorriu. Era um código. Conhecíamo-nos há muito tempo e falar por vezes não era necessário. Arrumem alguém assim para vocês, também. Nossos sorrisos e olhares se bastavam ali. Fernanda não reparou porque cheirava meu pescoço, que já cheirava a Fernanda. Era um sorriso de gratidão mútua por aquela noite, aquela manhã, aquele sorriso que cheirava como pão quentinho. Um sorriso que estalava feito beijo na bochecha. No mesmo sorriso, Bruna dizia que queria ser forte para continuar amanhecendo, mas, se eu pudesse abrir as cortinas algumas vezes para o dia entrar em suas noites, aí então, seria super legal. Porque ela, assim como eu, Fernanda ou você, só queria um pouco de carinho e abrigo. E havia cerca de vinte horas que ela havia descoberto que seu abrigo não poderia ser seu lar. Aquilo doía ainda. E só dói de verdade quando o que se quebra é de valor. Quando não dá para esquecer. E ela não queria esquecer seu carinha, e tudo o que passou por amar o carinha. Ele representava carinho e abrigo e um silêncio confortável. Ela teve que olhar para aquele abrigo, um dia tão seguro e tão seu, e dizer adeus. E recolher suas lembranças e deixar a chave na cozinha. Wave goodbye, honey. My heart will never be your home. And when the music is over, turn out the lights. As ondas continuaram colorindo o amanhecer e Fernanda adormecera cantarolando Doors em meu pescoço, turn out the lights, turn out. Sem um abrigo para passar a noite, Bruna recusou a sarjeta e o vazio de um salão imenso e branco chamado solidão. Queria umas cervejas e uns sorrisos, mais risadas que birita até porque sorrisos não entram na consumação mínima. Tomou um banho, se perfumou e me fez cancelar uma pizza gigante. Vamos sair, beber e conversar. E rir um pouco, que tá foda. Rumbora. Passeando pela noite acabamos numa choperia em Ipanema, onde havia música e pessoas felizes por qualquer trocado. Sorrir fica mais fácil diante do medo de chorar. Sorrimos junto com a noite e as latinhas de cerveja tanto que nossos caminhos encontraram o de Fernanda e sua trupe. Eles nos prometeram ensinar os melindres do sexo tântrico na areia da praia enquanto insistiam que Bruna e eu éramos o casal mais fofo da noite. Então veio a areia, o fumo, as ondas, as lágrimas, o cheiro de Fernanda e o sol. E aquele sorriso comum selando tudo. Bruna não mais sentia-se desabrigada. Não haveria medo da noite nem de amanhecer por conta própria. E nossos guias para o sexo tântrico ou dormiam na areia ou já haviam partido para as suas camas, provavelmente para encarar oito horas de prazer rumo ao nirvana. Acordei Fernanda, que recolheu a irmã e também foi-se, não sem antes me oferecer um loooooongo abraço adornado por um sorriso raro. Arrumou uma caneta dentro da bolsa e anotou em meu pulso direito o seu telefone, os olhos brilhavam e eu bobo com ela gostando de mim. E me deu um selinho tímido. Sua irmã conseguiu acordar o parceiro e foram os três caminhando na direção do infinito. “Dorme lá em casa, hoje.” Bruna me disse e fomos caminhando em silêncio até o carro dela, sonolentos e nada sóbrios. Aproveitou um sinal para me abraçar e assim ficamos, em silêncio, até o fim do mundo. Não precisávamos de palavras naquele instante. Bastavam nossos corpos em contato. Tomara que vocês arrumem alguém assim, também. Dia de Muito Véspera de Nada Ontem tive uma overdose de comunicação que me manteve acordada até quase cinco da manhã. Sendo que entre três e cinco fiquei com os tais pensamentos TODOS na cabeça. Hoje parece que nada acontece nem vai acontecer, e apenas um daqueles pensamentos me martelou durante todo o dia. E criou uma dúvida. E como odeio as dúvidas. Amanhã me arrisco para ter uma experiência insólita e forte, ou mantenho o dia a dia? De acordo com a minha perssoalidade masoquista que adora correr riscos vou acabar matando a curiosidade por este experiência. E qual o resultado? Não posso prever, mas consigo imaginá-lo sob uma perspectiva ideal e sob outra em que tudo vai ser horrível e vou acabar a quarta feira deprimida e chateada. Muitas vezes dizem: "na dúvida não vá, ou não faça". Mas sempre acabo seguindo os impulsos e pensamentos mais bizarros ou aqueles que sei que vão dar merda. É da minhha natureza. Ainda não aprendi. terça-feira, setembro 17, 2002
Perigo de Noite Noite de insônia com simplesmente todos os pensamentos na minha cabeça. Nada, ou melhor, ninguém dava folga. Milhares de tentáculos da minha vida apareceram ontem à noite e o pior deles, como sempre, estava mais pressente do que nunca, com todas as suas grandezas e falhas. Amanhã talvez eu arranje um programão pra fazer. Um programa dos mais arriscados, mas também super desafiador e intrigante. Não vai deixar de ser uma grande empreitada, talvez para fechar esta nossa relação mostrando que eu não tenho medo de você, medo de enfrentá-la em um momento importante da sua vida. A Caminho do Trabalho... Já ouviram falar no Rio Shopping? É um que é "Tão Jacarepaguá Quanto Você". Em outubro vão acontecer desfiles de moda da coleção primavera-verão (imperdível!!) e haverá também a "Escolha da Miss Jacarepaguá 2002" (mais imperdível ainda!!). Eu mereço... Cigarro e Meninos Essa hora, de férias, fumando feito uma chaminé, tenho saudades de um menino que sumiu e de outro, o mais objetivo que conheci. Dois meninos Marlboro. O menos objetivo fumava Marlborão, e o mais objetivo, fumava o Light. Agora não há nenhum Marlboro e apenas o Free que voltou a toda, depois de um período sem cigarros. Volta e meia penso neles e tenho vontade de reencontrá-los. Mas se isso não aconteceu nem depois dee quatro anos sem ver o Guilherme, estou preparada para não ver estes meninos tão ceedo ou nunca mais. Mentira, não esto preparada não. Queria reencontrá-los mesmo. segunda-feira, setembro 16, 2002
Para ser ouvido no volume máximo É doce a vida dos desocupados em formação acadêmica. Segunda de tarde não é um drama tão sério assim. Pode-se ficar vendo a vida passar na tela de seu computador, ouvindo suas mp3 do Pearl Jam e pensando em discos da sua coleção que significam algo além de boa música. Mexem com o seu coração, no caso, com o meu. Vou listar os meus, afinal sou o síndico deste espaço aqui. Sempre sem qualquer ordem de qualquer ordem. Guns n' Roses - Appetite for Destruction: tenho a minha k7 desde 89. Sempre fui meio tarado pelos Guns, tenho até um Gunner preferido (o Izzy). Desde então minha fantasia é ser que nem o Slash, ter uma Les Paul que nem a dele, tirar fotos com uma garrafa de Jack na mão e um cigarro no canto da boca. Apresentaram-me o roquenrou. The Beatles - Let it be: muita gente não gosta desse aí, mas eu amo de paixão. Todas as músicas conseguem ser lindas. Lindas. Lindas. E tem "Get Back", rockão que me acompanha desde moleque. Meu pai roubou esse disco da casa do sogro (meu avô, já falecido) quando ainda namorava a minha mãe. Nirvana - Nevermind: o disco que eu precisava ouvir. Apesar da versão maleta de "Polly", no mesmo nível de prefeição dum Physical Graffitti ou um Exile on Main Street. Nirvana pesado para as massas. Beatles com Sex Pistols, a melhor definição que já ouvi desse disco. Muita coisa que me tornei é culpa da introdução de "Smells Like Teen Spirit". Jorge Ben - A Tábua de Esmeraldas: o primeiro disco de música brasileira pelo qual me apaixonei. Jorge é tudo, salve simpatia. Um disco perfeito, sem um mísero defeito, sem uma canção que enjoe. Escuto sem moderação. R.E.M. - Out of Time: nem de longe o melhor deles, também não é o meu preferido, mesmo sendo muito bom. Mas estava rolando "Half a World Away" na vitrola quando meu pai entrou de surpresa em casa e me flagrou getting it on com uma antiga namoradinha do meu longínquo ginásio. E tem "Near Wild Heaven", que é linda de morrer. Jimi Hendrix - First New Rays of The New Rising Sun: o suposto disco que o Divino Negão estava gravando quando entrou numas de vomitar de barriga pra cima. Nada demais, só cito aqui porque vai ser a trilha sonora que meu filho vai curtir dentro da barriga da mãe, pra não nascer mané. Tem "Angel" e uma pérola chamada "Belly Button Window". Led Zeppelin - IV: do Led, eu poderia escrever uma tese. Mas eu descobri esses cabeludos com o mais popular disco deles. O disco é, no mínimo, fodão. Eles estão quase lá (depois vieram o Houses of The Holy e o espetacular Physical Graffitti). Virei fã na hora. Quem me conhece já deve ter ouvido eu falar que eu daria pra ver o Led ao vivo em 75. E daria mesmo, sem vaselina, se preciso fosse. Nem vale a pena eu falar de "When The Levee Breaks", tratem de ouvir a música. Ah, Jimmy Page... Led Zeppelin - Physical Graffitti: o mais perfeito disco de rock de todos os tempos. Riffões de guitarra, baixo e bateria matadores, Robert Plant cantando tudo. Tudo o que uma banda de rock deveria ser está nesse disco. Difícil escolher uma favorita dele, mas foi "The Rover" a que me fez querer tê-lo em casa. Ah, Jimmy Page... Led Zeppelin - Houses of The Holy: minha trilha sonora oficial para as ressacas. Uma delícia. Acabei me apaixonando por uma guria por causa de "The Rain Song". Vocês devem ter percebido que o meu lance com o LedZep é sério. E é sério mesmo, não brinquem com isso. Ah, Jimmy Page... Jimmy Page & The Black Crowes - Live at The Greek: no corrente ano de 2001, Mr. Page achou que seria legal sair em turnê com os Black Crowes. Chato, né? O disco é sensacional, um registro dessa turnê. "Out On The Tiles" emenda com "Whole Lotta Love". Jimmy Page incendiando "In My Time of Dying". E essas crianças achando que roqueiro é o Supla e que o niu métal é o que há. Sacrificai-as, Senhor. Urbana Legio -V: tá pra baixo, se sentindo podre, acabado, feio? Esse disquinho te prova que você poderia estar pior. Desconfio que as canções foram escritas enquanto Renato Russo tentava acreditar que seu exame de sangue não tinha dado HIV positivo. Esqueça tudo o que te disseram sobre a alegria adolescente da Legião, este disco é coisa séria. "Metal Contra As Nuvens" é a melhor música da história da Legião. Urbana Legio Omnia Vincit. The Rolling Stoned - Exile on Main Street: quase um Physical Graffitti. Quase perfeito porque é perfeito demais pra ser perfeito. Roquenrou em sua essência mais cristalina. Depois de ouvir os Stoned, não há mais volta, qualquer música sem guitarra esporrenta vai parecer um porre. Queens Of The Stone Age - Rated R: misture Black Sabbath com Soundgarden. É por aí. E eis a letra de "Feel Good Hit Of The Summer" : "Nicotine, Valium, Vicodan, Marijuana, Ecstasy and Alcohol... C-c-cocaine!". Singelo, não? Better living through chemistry. Quase Famosos - Trilha Sonora: Lynyrd, Allman Brothers, LedZep, Bowie, Who e outros. Grandiosíssimas canções num filme lindo. Pearl Jam - No Code: gosto do cheiro das músicas, que parecem ter sido feitas há muito tempo. Meu predileto dos caras, uma das minhas bandas favoritas. Vá ouvir "Red Mosquito", "Off He Goes"e "Present Tense" pra saber do que falo. Gosto de tentar cantar que nem o Vedder quando toca Pearl Jam. Pelo menos tento. Crosby, Stills, Nash & Young - 4 Way Street: Neil Young fez o melhor show de rock que já presenciei na vida. Ele é O CARA. Achei em vinilzão tem alguns meses, adoro vinil. É meu xodó. E "Carry On" consegue ficar impossivelmente melhor ao vivo. Ben Harper - Live From Mars: já escrevi bastante sobre este disco aqui. Foram os sessenta contos mais bem gastos da minha vida. "Sexual Healing"só na voz e violão. "Forgiven" emenda com "Faded" que vira "Whole Lotta Love" e aí, amiguinhos, fodeu. Fiona Apple - When the pawn... : acho a Fiona a mulher ideal. Quero me casar com ela. Este disco arranca lágrimas. Tente brigar com seu xaveco e ouvir "Love Ridden" depois. Skank - MTV Ao Vivo: sim, ele mesmo. Ganhei este disco por conta das minhas aventuras no último carnaval, numa república de Ouro Preto. O disco foi gravado num show lá e tocava direto na república. Acabei meio viciado nele. "Balada do Amor Inabalável" é super gostosa. AC/DC - Live: roquenrou sem concessões, com muita guitarra. Adoro e preciso. "Back in Black" ao vivo. Sempre peço pra tocarem "Back in Black", não importa o show. Velha mania. Bob Dylan - Highway 61 Revisited: precisava colocar o Bob Pai aqui. "Like a Rolling Stone" era a música que eu queria ter feito. Bob era o ídolo de Jimi. Rancid - ... And Out Come The Wolves: eles gravam bêbados, as guitarras berram, o cantor berra, tudo ali é berrante. Foda, Rancid é foda. Esse disco todo é foda. Ouço e saio quicando. Pra desgustar? "Listed M.I.A.", "Ruby Soho" e "She's Automatic". Foda, foda. Oasis - Heathen Chemistry: não é o melhor, mas é o preferido. "The Hindu Times" é boa demais. O disco tem uns riffões históricos e eu adoro Oasis. Nas horas vagas, imito o andar de Liam Gallagher. Glamourama - Nas Coxas: hahahahahahahaha!!! Sério, eles são bons de verdade. Os caras ainda por cima são meus parceirões. Nem tem como eu não gostar do rockão crássico deles. Tudo com alguma maquiagem. Ah, vá ouvir "Grand Boutique" e tente não gostar. Depois adivinhe de qual música do Led saiu o riff. domingo, setembro 15, 2002
Só pra saciar a curiosidade de alguns de nossos 6 leitores, cito aqui uma lista (sem ordem de qualquer ordem) de grandes romances na telona. Minha parceira também pode dar os pitacos dela. Aliás, tomara que ela o faça. Romeu & Julieta Mia Wallace & Vincent Vega (Pulp Fiction) Penny Lane & Russel Hammond & William Miller (Quase Famosos) Tyler Durden & Marla (Clube da Luta) Rambo & A Vietcongue (Rambo II) Balanço A cada contato agora existe um sinal perigoso, que nada tem a ver com o romantismo do Achtung Baby. Na verdade, fico resguardando este medo do encontro, até que ele acontece e é pior do que o medo que eu imaginava. O encontro é concreto. E a dor se solidifica à medida em que choro, tenho impulsos errados e levo isto adiante. Em 1999 entrei em um lugar sem muitas expectativas, o que poderia aliviar as eventuais decepções. Mas como inicialmente encontrei muitas alegrias que procurava há anos, acabei por ver tudo vir abaixo alguns meses depois. Nada correspondeu às impressões iniciais. Impressões que também demoraram um certo tempo para serem formadas, e que em pouco tempo se mostraram um grande blefe. De tudo, sobrou o que já havia antes. Sobrou quem já havia antes. E saio deste lugar um pouco diferente de como entrei, porque as dores aumentaram. E assim tenho fé de que a minha experiência para enfrentar as próximas dores aumentou, porque estes quatro anos foram realmente pesados. Nada mais vai me tirar o Outubro de 2000, com todas as suas indiferenças ou com a indiferença de todos. Ou com a preocupação da falsidade e do interesse. Este tipo de preocupação geralmente é o que vem travestido de uma maneira mais sedutora. As meninas F., L. e T. que o digam. A tríade de novidades que subitamente me socorreu e subitamente me puxou o tapete. Onda Vermelha, Olho Vermelho Incluindo os dois minutos finais que me fizeram colocar o Led 3 para tocar Since I´ve Been Loving You. E além disso os 9 minutos e 25 segundos que o trajeto Botafogo-Laranjeiras consumiu, só para ouvir In My Time Dying inteira, o amanhecer dos 15 de setembro já valeu. Depois de passar dois anos me oferecendo para o que não vingaria nunca, consegui encontrar mais alguns minutos de diversão em comunhão com uma certa paz. Vi as ondas vemelhas mesmo, em função do amanhecer de hoje. O barulho das ondas poderia se perpetuar na minha cabeça. Ao virar o ouvido esquerdo para o horizonte, elas emitiam uma nota mais grave. ao virar os dois ouvidos, a nota era mais aguda, como um A. O barulho poderia andar comigo até a morte, para que eu nunca perdesse a SENSAÇÃO DO MOMENTO. Aquela sobre a qual falei em um texto há cinco anos atrás, sobre a câmera cujo rolo seria composto de sangue. O sangue do resgistro das emoções. Voltei pra casa sanzando pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana para me obrigar a prestar atenção nos indicativos que controlam o trânsito. Não queria acelerar muito em função do meu estado já alterado. Vim então guiando o carro de acordo com os riffs de Jimmy Page. Nada mal, aliás. E vim na "viagem pós-beck", verdadeiramente "viagem pós-beck". Cuidadosamente bebi e bebi, até percebe que já estava satisfatórrio. Meus caros amigos de praia e de bom beck na manhã de domingo, aprendam: Sim, nós temos limites. Não, não tenho restrições à natureza, mas não acredito nela como a cura de todos os males. Então obrigada pelas suas ondas vermelhas - agradeço ao Senhor Sol também, o sol verdadeiro e o Senhor Sol, ex-banda da minha amiga Flávia - e pelos meus olhos vermelhos. Estiveram vermelhos hoje no início da noite, encharcados de lágrimas de uma repetição antiga, e agora estão vermelhos, e talvez encharcados ainda com a imagem das ondas de Ipanema. Então é isso, vida. Até a próxima "surpresa desejada", que segundo meus cálculos devem acontecer em um mês no mínimo. O tempo vai passando devagar, mas espero me entreter no intervalo entre o dia de hoje e o "próximo ótimo dia". Espero que a natureza ajude os bucólicos e o progresso ajude os "céticos meio crentes", como eu. E repetindo o que meu amigo dise aí embaixo - porque os olhos já estão ardendo frente a esta tela - "perdeu preibói!!". E me perdeu também. Posso ser uma merda de pessoa, mas a cabeça tem espaço para achar que as ondas vermelhas e o amanhecer são bonitos mesmo, e são sim, a maior viagem. Não é coisa de hipponga, é coisa de quem não está totalmente dedsiludido com o que não é feito pela máquina de ceticismo, Tiago. E é coisa de quem vê além dos CDs da Music Land como o único prazer, prebói (vc sabe quem vc é). E querida Ecargh, é coisa de quem vê que há mortes de crianças pequenas, de quem enxerga os braços amputados - quem tem de ser enterrados em uma cerimônia dolorosa - de quem vê derrames nos olhos da senhora ao acordar, de quem vê beleza em uma aula, beleza em um olhar de uma mulher supostamente derrotada, ou um amor sincero de mãe que toda manhã repete pacientemente que a ama quando você se repete, beleza na delicadeza masculina, naquela que se assume como fêmea também, sem temer pelo desempenho do seu falo, beleza na tentativa de prolongar os momentos para ficar mais tempo com a pessoa amada, como ir pelo caminho mais comprido, inventar assunto para prolongar a conversa ao telefone, ou providenciar imediatamente a bateria do celular quando o apito indica o fim de carga. É pessoas, eu vejo isso, eu vivo isso, eu fiz tudo isso. Mas não fez de mim uma pessoa mais amada por quem eu desejo agora. Mas me fez amadas pelos certos, aqueles também protagonistas do que eu descrevi acima. Aqueles que sempre, ou de quando em quando, dão uma força esperta. Quando tudo isso começou? Interessa, mesmo? O que importa é que foi divertido, e isso valida qualquer bebedeira, qualquer doideira que se resolva fazer. Qualquer uma. Só o que me interessa é o sorriso - o sorriso do próximo, o sorriso dela, o teu sorriso. E o sorriso deles era lindo, era feliz e não me cobrava nada que eu não pudesse oferecer. Talvez um beijo, talvez um beck, talvez. Importava? Eu queria sorrir, ela queria sorrir, eles queriam sorrir. Foi tão bonito, a gente sorrindo e se beijando e se pecando e meu nome é Bruna, me beija que eu gostei e quero mais. Eu gostei e quero mais. Quero sempre, quero agora e quero antes de dormir amanhã. Terminamos sorrindo, todos, quem iria apostar? Sujos e sorridentes - perdeu, preibói! Doidos e felizes. Lúcidos e contentes e mandando indiretas. E de olhos fechados não querendo esquecer que a alegria pode ser muito bela e muito barata. Caro é ficar triste, é se prender a mesquinharias, é não deixar teu amor sorrir. Isso pode foder a sua vida. Isso pode acabar com tudo, conosco, com você. Acorda pra vida, galera. A vida não é nem um pouco sã. E doente é você, que não quer me entender. Desculpa, estou feliz demais pra te deixar triste hoje, meu bem. Tente sorrir que melhora. Tente sorrir que melhora. Melhorará. |