Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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sábado, setembro 07, 2002
UFF Fui à UFF na quinta feira, por isso o último post. Passei um ótimo dia na quinta feira, aliás. Valeu pelas minhas férias já. tudo tem andado meio estranho e fora de lugar, e as conversas sobre isso geralmente não têm saído de uma certa mesmice. Pois nesta quinta fui a um lugar lindo, em Niterói, perto do MAC. Dirigi pela ponte também e foi super tranqüilo. Ou seja, novas e pequenas conquistas. Ainda na UFF, fiz aquela atualização de bobeira, no computador da Geografia. Segunda feira volto ao trabalho e à vida normal. Queria escrever um pouco mais, porém me falta uma forma de fazer isso. Deixa então o registro de que quinta feira conversei bastante e tive surpresas agradáveis, e confirmei o meu afeto por uma pessoa que sem dúvida o merece. Quero fazer minha vida destes encontros inesperados, que resultam em milhares de momentos maravilhosos. quinta-feira, setembro 05, 2002
Sabem o que é algo difícil de acontecer? O tal de Robert Zimmerman dar uma bola fora. Dylan é rei. Dylan é imortal. Hendrix queria ser o Dylan. Dylan constantemente tira as palavras da minha boca. Então, passo o espaço aqui pra quem sabe. Rainy Day Women #12 & 35 Bob Dylan Well, they'll stone you when you're trying to be so good They'll stone you just like they said they would They'll stone you when you're trying to go home Then they'll stone you when you're there all alone But I would not feel so all alone Everybody must get stoned Well, they'll stone you when you're walking on the street They'll stone you when you're trying to keep your seat They'll stone you when you're walking on the floor They'll stone you when you're walking through the door But I would not feel so all alone Everybody must get stoned They'll stone you when you're at the breakfast table They'll stone you when you are 'ung and able They'll stone you when you're trying to make a buck They'll stone you and then they'll say good luck Hey, but I would not feel so all alone Everybody must get stoned Well, they'll stone you and say that it's the end Then they'll stone you and then they'll come back again They'll stone you when you're riding in your car They'll stone you when you're playing your guitar Yes, but I would not feel so all alone Everybody must get stoned Well, they'll stone you when you are all alone They'll stone you when you are walking home They'll stone you and then say they are brave They'll stone you when you're set down in your grave But I would not feel so alone Everybody must get stone A solução é se chapar, ou ser apedrejado, ou os dois. segunda-feira, setembro 02, 2002
A Cor do Sorriso Dela A vida tem destes imprevistos que a tornam tão interessante. Aquele azul no céu de São Paulo era um mistério às 6 da tarde, mesmo que não fosse um AZUL e apenas um azul. O novo CD do Red Hot se arrastava vergonhosamente em meus ouvidos já meio surdos desde que eu era garotinho e o orgulho da mamãe. Foram uns bons 400 quilômetros, 2 latinhas de cerveja morna, 3 pacotes de salgadinhos e uma senhora gorda e obesa e espaçosa ao meu lado naquele ônibus que ao menos era confortável. Desci em São Paulo e tive que descobrir ligeiro como entender o sotaque paulistano, eu que moro no Rio e de certa forma gosto disso. Era por uma boa causa o meu esforço. Talvez fosse amor. Mas eu precisava descobrir a cor do sorriso dela. E ela morava nalgum lugar daquela São Paulo imensa que iria votar no Maluf e torcer pelo Palmeiras. Ela estava lá, e só havia trocado algumas palavras comigo ou por e-mails ou por ICQ. A voz dela era um mistério, o olhar dela era um mistério, o cheiro dela era um mistério. Juliana, este era o nome dela, lindo. Ela me dizia que não poderia aparecer no Rio, estava enrolada com trabalho por lá, e não tinha grana, e por que eu não podia ir lá uma sexta qualquer? Alguns e-mails combinando coisas menores recheados de elogios baratos e me fui, sem medo e sem vergonha na cara. Em direção a Juju, sem escalas, sem lugar pra ficar, sem outro abrigo senão aquele amor recém-nascido no peito. Um amor que pintava o cabelo de rosa shock e possuía 17 tatuagens. Um amor que passava as noites entre trechos de um livro em construção, frilas para revistas de música e vodca com laranja, muita vodca com laranja. Quando dei por mim, já estava em São Paulo, sentado num botequim às três da manhã, conversando com um casal e mais um sujeito que conhecia Juliana, que apenas observava tudo sob o efeito de duas garrafas de vinho ingeridas no início da noite. Eu só queria poder saber escrever poesias ali, para compor um soneto e conquistar Juju para minha vida. O casal só queria mais uma garrafa de Antarctica. O sujeito só queria que Juju não apagasse por ali. Então, conversávamos. Cada um tinha nascido num estado diferente do país e tinha sua própria opinião sobre os Rolling Stones. Minha estadia na terra da garoa tinha ali, naquele boteco decorado com um escudeto dos Santos, seu momento de maior glória. Um bate-papo movido a cerveja e camaradagem – e os paulistas são bastante camaradas, amigos. Após desembarcar no Terminal do Tietê, precisei apenas de umas conexões pelo sistema metroviário paulistano para chegar ao encontro de Juju, perto de seu apê num daqueles bairros de nome Jardim Helena, ou algo que o valha. Ela me esperava perto da estação do metrô, rosa, tatuada e com uma camisa estampada do Bukowski. E bem alta, quase um metro e oitenta de mulher. Não, pensando bem, não chegava a tanto. Talvez fosse apenas uns três ou quatro centímetros maior que eu, mas estava nums botas de plataforma e parecia ainda maior, e eu, ainda menor. Tentei não parecer o idiota que sempre fui ao me apresentar – havíamos trocado fotos por internet, para nos reconhecermos por lá. Quase consegui, mas havia feito um cartão bonitinho para dar junto com um presente que comprei no Rio, e então ganhei o sorriso dela, multicolorido. Fomos pro apê dela encontrar uns amigos que passariam a noite conosco. Conheci o casal primeiro, Angel e Jeannie, e o sujeito depois, Marcelo. Marcelo falava pouco e dividia o apê com ela. Fiquei com o pé atrás. Merda, ele está comendo ela, saí do Rio para ficar dando em cima da mina do Marcelo, que pouco falava e era ainda mais alto que Juju. Me fodi. Apareceram então as garrafas de vinho, junto com um quarto elemento que adentrou no apê, Jorge. Eram quatro, e durante a conversa sobre filmes e músicas que mereceriam um epitáfio, duas morreram na goela de Juliana. Resolvemos sair pela noite, Jorge estava de carro e disposto a nos levar para qualquer lugar que ficasse no seu caminho para casa, porque ele precisava estar em casa dentro de uma hora, era casado e tinha um garoto de dois anos que era seu filho. Ficamos num Burger King, aquela lanchonete de fast food com conteúdo. Jantamos ali, hambúrgueres suculentos e gordurosos feitos para embaleiar a juventude transviada da América. Marcelo, saiu da mesa e sumiu durante alguns minutos. O casal ficou se namorando. Eu e ela. E “Wild Horses” pelos alto-falantes da lanchonete. Resolvi ser menos idiota, ela tentava ser menos bêbada, mas estava difícil. “Eu precisava descobrir a cor do seu sorriso, beibi.” Ela sorriu, desconcertada. Aí o velho Keith começou a solar e tomei coragem. “O seu sorriso é lindo, posso provar um pouco dele?” Obrigado por essa frase, Keith, jamais conseguiria sem você. Ela relutou, me olhou sério, me encarou mesmo, vendo se eu tinha coragem e me fulminou. “Negativo, ainda não, preciso ter certeza.” Dói mais do que parece, bem mais. E conversamos amenidades. Marcelo reaparece em cena e em pergunta se eu quero um teco. Pó. Não curto, eu disse. Mas eles sim, e foram todos pro banheiro da lanchonete. Fiquei ali, meio arrasado, olhando as eventuais bolsas e mochilas na mesa. Voltaram rápido, Juliana mais alterada que antes e sugerindo uma boate para ouvirmos roquenrou e dançarmos um pouco. Fomos caminhando, Juliana apoiada em meu braço direito, todos em silêncio. Ela me diz, quase chegando na boate, que estava feliz que eu era tão legal. É, eu era tão legal, grandes merdas. “Mas você não é só tão legal, então vou ter cuidado contigo, porque não te quero mal.” E me deu um beijo, meio na bochecha meio tirando uma casquinha dos meus lábios. Sorri, por dentro quase gozei. Não havia me fodido, pelo menos ainda não havia me fodido. Adentramos na boate. Nem muito vazia, nem muito cheia. Marcelo me chamou para um drink. The Kinks rolando no som. Marcelo puxando assunto comigo, e aquele drink me embebedando, e eu tentando não esquecer que voltaria para o Rio pela manhã, de algum modo. Juju e Jeannie dançando na pista, Angel apertando um baseado próximo a nós. Marcelo era um cara legal e não estava comendo Juliana, dividia o apê com ela e estava montando uma banda. Traficava drogas e trabalhava numa produtora de vídeos. E já tinha comido a Luana Piovani. Risadas. “Sério, meu.” Strawberry Fields Forever e mais um drink, por minha conta. Falamos sobre a Luana Piovani e Angel nos passou a bola. A bebida bateu junto, e fiquei mais falante. Meu sorriso ficou menos tímido, e Sex Machine, e Juju dançando Sex Machine e o cheiro daquela maconha estava muito bom. Era uma conspiração, e Juju veio até a gente. Veio até a mim. Segurou a minha mão e disse : “Vem comigo, menino.” E fui com ela, andando feito homem, entramos no banheiro. Era um muquifo, cheirava a amônia. Ela se sentou na tampa da privada e começou: - Por que você me olha desse jeito, menino? - Porque eu te quero, e não te quero pouco. - Você mal me conhece, e se eu te deixar numa pior daqui a dois dias? E se eu fizer merda com você? - Merda eu também posso fazer, Ju. Mas antes quero você. Silêncio, cheiro de amônia, olhos dela e caralho, estou bêbado. Ela se levanta e fica maior que eu. Me abraça e descubro o gosto daquele sorriso cor de rosa. Dava pra ouvir “Oh La La” na pista. Ela beijava com força, nossas mãos se procuravam, o sorriso dela tinha um gosto sublime de pecado, e aquela bebedeira tinha gosto de pecado, e aquela cidade tinha gosto de pecado e voltar para o Rio parecia um insulto. Mais silêncio, mais amônia. - Ai, merda. Estou bêbada, preciso de um cigarro. Chama a Jeannie aqui, menino. Ela se sentou de novo e fui para a pista, leve, bêbado, drogado e achei Jeannie, que foi conversar com Juliana. Me reagrupei aos meus dois novos amigos e bebemos e fumamos mais, entre vários assuntos esparsos pelos vícios. As duas aparecem, alguns minutos depois, talvez uma hora depois. Juliana visivelmente torta. Deixamos a boate e seguimos em direção a um botequim que pudesse nos abrigar. Andamos mais um pouco, passos tortos, olhares vagos, volta e meia alguém ficando para trás para mijar pelo caminho. Após meia hora caminhando, encontramos um boteco sem hora para fechar – sempre há um deles. E então, nos sentamos e ficamos bebendo e conversando todos, menos Juliana, que após o vinho e mais alguns copos na boate, se recusava a beber qualquer coisa que não fosse água. E ficava nos observando. E assim foi até o sol nascer, e sermos expulsos do boteco. Cada um foi pra um canto, Juliana foi comigo até a estação de metrô, calada e eu bêbado e cansado e sujo. Sorriu e me deu outro daqueles beijos, e o cheiro de amônia reapareceu em meus narizes. Junto com o gosto de pecado e uma ereção incontinenti. - Se cuida, menino. Voltei para casa. Logo que cheguei de volta ao Terminal do Tietê tinha um ônibus de partida para o Rio, comprei a passagem e me enfiei nele. Serviço executivo e nenhuma balofa ao meu lado. O Glamourama (atual melhor banda do mundo) no meu walkman embalando meu sono gigantesco àquela altura da manhã. E pude dormir, dormir com os anjos, dormir com o gosto de pecado nos lábios, dormir com o sorriso cor de rosa dela nos olhos, dormir abraçado com aquele cheiro de amônia. Leandro Godinho – 2/09/2002 – 01:00 am. – The Beatles – Hey, you’ve got to hide your love away. domingo, setembro 01, 2002
No One Can Stop Us Now 'Cause We're All Made of Stars São seis horas da manhã... Como diz Um Trem Pras Estrelas do Cazuza E, depois de tantos anos, recompensas e recompensas... Agora, na TV, 500 Miles, The Proclaimers... He he he... E, em NYCity, cabelos feios e eu não dou a mínima. O Axl está um alien com as novas madeixas, mas é claro que eu não me importo. Rolou Jungle, Madagascar e Paradise City e eu não me importo mais com nada. São seis horas da manhã e eu poderia morrer agora, como poderia ter morrido em janeiro do ano passado, ou em qualquer uma destas madrugadas insanas em que eu mesma me meto, que eu mesma crio. Turnê, disco novo, e babação de ovo no VMA's, mesmo com esta porra toda de Korn, e todas as outras novidades dos últimos tempo, tipo Oasis, Weezer, Eminem, The Hives e The Vines (ha aha ha) etc.. Nada atrapalha a glória de quem foi rei mesmo. |