Gustavo & Thais

domingo, agosto 25, 2002
 
Ontem não foi uma noite típica. Bem, bebi como sempre, abusei de meninas como sempre, me apaixonei como sempre, tirei fotos comprometedoras como sempre, mas não parecia o mais do mesmo das minhas festinhas na faculdade. Ah, claro, talvez nossos 6 leitores não saibam, mas rolou uma festinha bacana no Teatro de Arena do Campus da Praia Vermelha ontem, a Festa dos Calouros 2002/1 da ECO. Eu sou um sujeito meio famoso na ECO, pelos meus maneirismos, minha surdez, meu gosto musical e pela minha simpatia peculiar. E também pelo fato de não beber moderadamente, desobecendo nossos colegas publicitários.
Vejam que chego na festa, meio sonolento, meio burocrático e alguns amigos começam a berrar pelo meu nome. "Cara, o Bebê veio fantasiado de você!! Você precisa ver isto!! Ele tá igualzinho a você!" Hã? Fantasiado de mim? Que porra é essa? Havia chegado havia pouco tempo, ainda estava sóbrio como a Madre Tereza e já era o comentário do lugar. Explico agora: o Bebê é um jovem já formado, que trabalha no mercado publicitário, ex-aluno da ECO que também fez fama e lenda durante seus dias de universitário. Ficamos amigos, e não só por conta de bebedeiras conjuntas. Então, sou calouro dele. E vejo o cara ali, fantasiado de mim (e ele estava um perfeito Godinho, hehe), imitando meus trejeitos, até expliquei pra ele que era do ouvido esquerdo que eu não escutava legal. E a gente passou a circular juntos pela festa, e aquela galera tirando foto da gente. Era muito estranho e muito divertido, porque ele é puta amigão meu, e o tema da festa era se fantasiar de um "herói ou vilão diferente". Sabem, você fica se sentindo o máximo diante daquilo, mesmo que ache idiota.
E aí eu entrei no bar da festa pra trabalhar. Eu tenho crédito junto ao CA da ECO, e me deixam ajudar no bar, até porque eles precisam de gente ajudando. E ontem, a festa bombou. Nunca fui santo, ajudei no bar, mas bebi e comi muito sem gastar um mísero real. E ainda arrumava cerva e salsichão para amigos, de graça. Só pela graça. Lógico, nada disso passa limpo pelo meu organismo. Óbvio que me embebedei um tantinho. Mas não rolou a minha já mitológia amnésia alcoólica, que me causa surpresas durante a semana quando fico sabendo o que fiz, com quem e tal.
E na festa tinha aquela menina, a Mila. Sou apaixonado por ela e não vou ficar explicando o porque aqui. Sou apaixonado por ela mesmo e pronto, sou feliz assim. E ela estava alegre e linda, de vermelho e mechas loiras, e me sorrindo e me beijando. Ela é perfeita pra mim, deve ter sido feita pra mim, ouviu o CD da Fiona Apple que emprestei pra ela e gostou, já me deu colo, abrigo e preocupações o suficiente pra ter ciúmes dela. Ciúmes e versos ébrios, os mais bem feitos aliás. A Mila, por quem eu endireitaria a vida, faria a barba, tomava vergonha na cara, entrava pro modo de produção capitalista e aprendia tocar guitarra que nem o Hendrix. Faria um filho nela e batizava de Francisco. E levava café na cama todo domingo. E faria carinho nela toda noite antes de dormir. Ela estava lá, e foi lindo e eu me sentia feliz com aquilo tudo.
O porre, o Bebê fantasiado de Godinho, a Mila de vermelho, meus amigos todos sorrindo e Smells Like Teen Spirit enquanto eu ia embora finalmente, às 4 da manhã. E eu rindo e ébrio e com saudades de ficar daquele jeito mais vezes.