Gustavo & Thais

sexta-feira, agosto 23, 2002
 
To my friend in misery

Sleep To Dream (Fiona Apple)

I tell you how I feel but you don't care
I say tell me the truth but you don't dare
You say love is a hell you cannot bear
And I say gimme mine back and then go there for all I care

I got my feet on the ground and I don't go to sleep to dream
You've got your head in the clouds and you're not at all what you seem
This mind, this body and this voice cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise

I have never been so insulted in all my life
I could swallow the seas to wash down all this pride
First you run like a fool just to be at my side
And now you run like a fool but you just run to hide and I can't abide

I got my feet on the ground and I don't go to sleep to dream
You've got your head in the clouds and you're not at all what you seem
This mind, this body and this voice cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise

Don't make it a big deal, don't be so sensitive
We're not playing a game anymore
You don't have to be so defensive

Don't you plead me your case, don't bother to explain
Don't even show me your face, 'cause it's a crying shame
Just go back to the rock from under which you came
Take the sorrow you gave and all the stakes you claim
And don't forget the blame

I got my feet on the ground and I don't go to sleep to dream
You've got your head in the clouds and you're not at all what you seem
This mind, this body and this voice cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise

I got my feet on the ground and I don't go to sleep to dream
You've got your head in the clouds and you're not at all what you seem
This mind, this body and this voice cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise


quinta-feira, agosto 22, 2002
 
Tempo de Sono
Minhas tarde tem sido derrotas. Não rendo mais nem metada do que rendia há alguns meses atrás e tenho medo, muito medo. Aquilo que sempre me proporcionou prazer às noites agora me dá horror quando se manifesta de dia. Estou cansada, envolvida em misturas quimícas de pílulas para as quais rezo que me melhorem. Ainda com quatro marcas de picadas de agulhas pelo corpo, resultado de uma das mais tenebrosas sextas feiras que já vivi. Daqui pra frente só consigo pensar nas alternativas que tenho cumprido ao longo da semana. Como, páro de fumar, falo pra caramba como sempre, mas quando acontece um dia como o de hoje, em que fiquei estirada na mesa de reuniões, dormindo um sono pesado e tão errado, só posso ficar assim, molhada na cara, vermelha na cara. E penso que hoje, dia 22 de agosto de 2002, nada disso adiantou. Sucumbi de novo ao sono de uma forma que já se torna corriqueira, um pouco conformada, mas totalmente dolorosa. Parece que agora me definho a cada cochilo e tenho horror a todos eles.
Hoje do meu walkman, ouvi pedaços de Tori Amos, e na verdade só ficou na minha cabeça a frase/música Way Down.
Isso explica muito.

terça-feira, agosto 20, 2002
 
posted by MM at 6:29 PM

 
O Dapieve escreveu hoje no No Mínimo:

Mais uma filha de Astrud

Além de blogueira das boas, como já ressaltou Paulo Roberto Pires em texto recente, Cecília Giannetti também faz música de ótima qualidade a bordo da banda Casino, assim mesmo, com um ésse a menos que o dicionário, ex-4Track Valsa, na qual ela canta e toca guitarra. O que ela e Christiano Menezes (guitarra, piano e samplers), Maria de Fátima (guitarra), Julio Maia (baixo), Washington Junior (bateria) e Ricardo Souza (percussão) já algum tempo fazem pela noite alternativa carioca – colhendo crescentes elogios – agora pode ser conferido em casa com o lançamento do EP “Casino” pelo selo independente Midsummer Madness . São cinco faixas: “Dia de festa”, “Na pista”, “Ponte”, a brilhante “Samba dada” e um remix esperto de Fzero para uma velha música do grupo, “Casa de praia”. É rock, mas também é bossa nova, em doses quase iguais, cujas referências mais imediatas são Astrud Gilberto, Marina Lima e Dulce Quental. Ou seja, música requintada e brasileira, porém com um ouvido esperto lá fora. - Arthur Dapieve

"É rock, mas também é bossa nova"... genial, não? Pois bem, meus ilustradíssimos seis leitores, baixem a barra de rolamento da página e descubram que eu dei primeiro.



 
Sabe quando você se olha no espelho e deseja encontrar uma fresta pra poder desaparecer? Eu sei.
Você sabe ser inconseqüente mesmo conhecendo as conseqüências de suas barbaridades? Eu sei.
Você sabe quando deve parar de beber, de se drogar ou de falar merda? Eu sei.
Você sabe quando seu corpo se cansa e clama por algumas horas de sono? Eu sei.
Sabe quando você simplesmente passa a existir por inércia e preguiça? Eu sei.
Sabe quando nada mais vale a pena? Eu sei.
Sabe quando você chega a conclusão que a vida é essa merda mesmo, e ela não vai ficar melhor que a merda que está? Eu sei.

Eu só não acedito em nada disso.

domingo, agosto 18, 2002
 
Casino na Loud! - 17 de agosto de 2002 - First Impressions

Era sábado, eu havia chegado de volta ao Rio pela manhã (minha noite de sexta foi na Terra da Garoa, em virtude do lançamento de MÁQUINA DE PINBALL, livro de estréia de Clarah Averbuck) e eu estava meio cansado pela falta de horas de sono em minha vida. Mas algo havia me dito que aquela apresentação do Casino merecia ser vista, e comprei meu ingresso antecipadamente na quinta, antes de viajar.
Já conhecia o som do Casino de outros carnavais, na verdade de uma apresentação deles na FarUp, abrindo pro Glamourama, só que o show na FarUp não havia transcorrido na maior das harmonias. Vários problemas de ordem extra-musical na véspera do show, além da formação improvisada, o que não impediu que Cecília, a vocalista, me impressionasse com voz e composições que eu não escutava há muito tempo na música deste país.
Só que ontem na Loud! eles fizeram o show que se esperava deles. A banda completa e com ganas de tocar para uma galera boa que compareceu na vontade ver o Casino. Mesmo que a produção de palco da Loud! não ajudasse muito, já que durante o show o som da pista continuava rolando (e num volume bem alto) e o próprio som do palco não era dos melhores, o Casino presenteou nossos ouvidos com o fino da bossa n' roll. Porque o charme do Casino é a bossa, mas ela vem numa certa pegada rock. No final, temos uma senhora banda com senhoras músicas. E uma senhora vocalista.
E aqui sou obrigado a abrir um parágrafo pra falar de Cecília Giannetti, voz, violão e colírio. Difícil falar do show do Casino sem falar dela. Difícil desgrudar os olhos de Cecília durante o show. Ela é musa, diva e dádiva. E canta muito, minha gente, canta demais e emociona, porque canta com o coração. Ela é o pilar do Casino, e dizer que ela seria a roleta que faz girar o Casino seria péssimo. E pra minha ressaca quase espiritual daquele sábado a noite, a voz e a alegria quase tristeza de Cecília estavam funcionando melhor que beijo na boca. Então fiquei boa parte do show namorando Cecília com os olhos, e deixando a música me levar pra onde quer que fosse, porque a boa música há de conhecer os melhores refúgios pra alma.
Ocorre que o Casino é uma banda. Temos 6 figurinhas ali trabalhando nas músicas, e trabalhando com algum empenho, porque as melodias do Casino são dançantes sem ser óbvias. É música brasileira, de qualidade, mas sem cair na mesmice da "MPB". As guitarras e algum piano completam o violão de Cecília, que são contrapostos por baixo e bateria mais roquenrous. Daí, temos a bossa n' roll. Música para ouvir apaixonado ou depois de uma bola fora, música para dançar ou para simplesmente ouvir, música para relaxar e para fazer sexo bem feito. São contemporâneos, músicos modernos que não parecem boçais, fazem parte da cena indie sim (aimeudeus), mas são pessoas feitas de carne e osso.
Resta apenas torcer para que o Casino aconteça. O Casino e outras bandas mil que surgem mostrando conteúdo na cena brazuca, porque eles merecem. E em tempos onde canais muderníssimos como a MTV apresentam como novidade o RPM, com o Paulo Ricardo sendo tirado do pó e o pior bateirista de todos os tempos (o PA), a Britney dizendo que ama o rock e o Twister (ou seria o KLB?) empunhando guitarras e Porsches pra fazer cover de RPM (!!!), gente nova e com algo a dizer que não seja "baba, beibi, baba" é sempre benvinda.

ps: Em tempo: o CD do Casino (um EP com 4 músicas e mais um remix) encontra-se para venda aqui. Divirtam-se, aqui no meu som ele está bombando desde hoje de tarde.