Gustavo & Thais |
|
Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
Archives
![]()
|
sábado, julho 27, 2002
3 coisinhas rápidas que já passou da minha hora: A felicidade existe. Procurem por ela e sejam felizes. (1) Amanhã encherei este espaço com várias coisas, adoro escrever aqui. (2) Ontem tomei outro porre homérico. O que significa que já tenho mais material pra escrever.(3) terça-feira, julho 23, 2002
Odeio gatos. Desde pequenininho. Sempre tive uma certa raiva enrustida pelos bichanos, o único gato do qual gostei foi o Tom. O tom era pior que o Jerry, mas não tinha o cinismo dissimulado do rato. E o Jerry sempre tem um ar afeminado, uma afeteção tola. O tipo de comportamento que me desperta instintos homicidas. Gatos são porcos, são asquerosos. Gatos são pedantes e não têm a malícia dos cachorros. Gatos me lembram poodles que me lembram pombos. A pior estirpe. Poodles tosados e pessoas que tosam seus poodles. Alimentam pombos e criam gatos. Deve ser ótimo matar um gato. Esmagar seu crânio e escutar seus ossos fundindo-se com as vísceras. Esmagá-lo feito o inseto que sempre demonstrou ser. Transformar seu ronronar odioso em melodia, deixá-lo agonizando no meio de uma noite gélida, completamente depilado. Ao nascer do sol, consumi-lo em chamas e gargalhadas ao som de um bom vinho branco. Catalisar a catarse felina. Que ele mie até as cinzas. A vida é doce, a crueldade engorda. Talvez você não saiba, e nem ao menos desconfie, mas sou um estudante de publicidade. Sim, estudo as técnicas para embebedar sua família e convencê-la de que o câncer é um raro prazer. Nunca fui santo, meninas, sempre tive a pior das intenções. Não pretendo servir de exemplo pra sociedade, prefiro meu reconhecimento em ca$h. Mas aceito sorrisos sem me importar com as intenções. Escrevo essas linhas pouco antes das 9 da manhã. Estou em aula, mas é óbvio que esse é o detalhe mais insignificante do mundo. Junto comigo, 4 donzelas - de uma turma de 25. Como levar a sério um professor de publicidade que não consegue vender a própria aula? Daqui a pouco me levanto desta saleta, não me importa saber a essa hora do dia se o Thyrso do Big Brother é um romântico ou um imbecil (sim, é sobre isso que a aula está discorrendo há meia hora). Esse cara deveria estar me ensinando a ganhar dinheiro. Muito dinheiro. Meu pai não paga impostos pro governo manter essa faculdade enquanto meu centro de lazer matinal, e, convenhamos, um centro de lazer dos mais chatinhos. Agora que a aula vai acabar nosso gênio publicitário resolve começar a falar algo de relevante pra minha formação. Mas nem parece. É isso aí, galera, matem mais aulas. Não deixem a faculdade atrapalhar seus estudos. segunda-feira, julho 22, 2002
Call Me Então estou aqui ouvindo Call Me, com o Cris Montez e tendo exatamente a mesma sensação que eu tive há dez anos atrás, na cena da morte da Heloísa, personagem de Cláudia Abreu em Anos Rebeldes. É absurdamente forte e nostálgica. Não porque foi há dez anos. Mas a cena, da primeira vez que vi já me era nostálgica. Todo o revival que passa pela cabeça de todos os personagens da série, muito mais em função das circunstâncias omissas de sua morte. Desde então está música passa longe de ser romântica ou animada pra mim. Quero que ela toque na minha festa funerária. Na verdade, porque acho a morte da Heloísa uma das coisas mais fantásticas que já passaram pelos meus olhos na televisão. E me refiro à personagem de uma forma direta justamente porque me afeiçoei completamente a ele e a sua morte. Um carinho que já dura mesmo uns dez anos. Mais eu Lá venho eu escrever baboseiras a meu respeito e sobre o que eu penso, sinto e mais bla bla bla... só uma musiquinha do Pearl Jam que vivo cantarolando há uns nove anos, desde que a conheci. I seem to recognize you face Haunting, familiar, yet i can´t seem to place it Cannot find the candle of thought to light your name Lifetimes are catching up with me All these changes taking place I wish I’d seen the face But no one´s ever taking me Hearts and thoughts they fade, fade away Hearts and thoughts they fade, fade away I swear I recognize your breath Memories like fingerprints are slowly raising Me you wouldn´t recall, for I´m not my former It´s hard when you´re stuck upon the shelf I changed by not changing at all, small town predicts my fate Perhaps that's what no one wants to see I just want to scream...hello... My god its been so long, never dreamed you'd return But now here you are, and here I am Hearts and thoughts they fade...away... Eu andava pela Nossa Senhora de Copacabana e deviam ser umas 3 e meia da manhã. Um sujeito saía dum taxi acompanhado de uma prostituda mal-tratada pela noite. Pelo menos alguém iria terminar o domingo melhor que eu. Sexo sujo, sexo sem amor, sexo sem identidade. Sexo é foda, no final das contas. Copacabana dormia - ou trepava, vá saber - silenciosamente. Meu ônibus não dava sinais de vida, meus amigos de copo todos já deviam estar em seus lares, dormindo ou trepando. A sina de morar mais longe não gera apenas estas letras mal-dormidas, também faz com que a hora de voltar pra casa seja quase um tratamento filosófico-existencial contra o consumo de cerveja. "Tivesse ficado em casa, a essa hora poderia estar dormindo." Como se eu precisasse dormir feito um anjo toda noite. Como se a sensação de respirar o último suspiro da madrugada nunca tivesse me inspirado poemas maravilhosos que jamais serão escritos. Os melhores poemas sempre se esfarelam antes do papel. Os melhores beijos sempre hão de fracassar. São nessas horas que eu costumo me apaixonar. Por um sorriso, um óculos de aro preto, fios de cabelos presos escorrendo pela nuca. Apaixono e sorrio. Por detalhes, pequenos nuances sempre me seduziram. Cheiros e tatuagens, vertigens e vícios. Milas, Marias e Gildas claras feito a lua no céu, atrás das nuvens e da poluição urbana. Deixava a noite ir diluindo-se com o álcool e o cheiro de nicotina que empertigava minhas vestes. Apenas a última dama da noite terminando seus serviços, o sono visível na maquiagem suburbana. Olhou-me complacente e perguntou por fogo. Não fumo, baby, meus vícios são outros. E quase supliquei por um beijo, de língua, bem úmido, bem justo. Veio a praga do ônibus, enfim. Deixei que ela subisse antes, sempre fui um cavalheiro. Deixei Copacabana e suas tentações pra trás. Pela janela, Copacabana já dormia, ou trepava, profundamente. |