Gustavo & Thais

sábado, julho 20, 2002
 
O Capitalismo é um troço extraordinário. Ele inventou o Dia do Amigo, pasmem. E eu fiquei comovido, mandei até alguns cartões virtuais pra quem merecia, e-mails pra listas várias e todo o tipo de baboseira. Fantárdigo. Ou carência demais.
Agora fico aqui escutando o novo do Oasis, aquela banda que sempre me faz acreditar no roquenrou. Quase sempre, mas com bastante freqüência. Toda aquela distorção na guitarra do Noel tinha que cativar ao menos um órfão do Nirvana. And I get so high that I just can't feel it. Perfeito, meu garoto, perfeito. You're my sunshine, you're my rain. Eu falo isso pra qualquer garota do mundo e dez minutos depois temos um cabaço a menos neste planeta. O Oasis me faz ter orgulho de minhas experiências psicotrópicas, de cair bêbado no meu próprio aniversário e de ingerir 2,5 litros de glicose na veia neste mesmo aniversário, deixando amigos e um médico de plantão sem acreditar no meu organismo. Fazer muita merda e rir uma semana depois, quando alguém me conta o que fiz após virar uma garrafa qualquer contendo algum teor alcoólico monstruoso demais para qualquer ser humano beber feito H2O. Amnésia alcoólica é a maior diversão.
Meu mais novo vício é Dexedrina, substância da mesma família da Cocaína (ou algo do gênero, quem quiser saber mais que vá cursar Farmacologia ou Química). Vicia de um modo rápido e indolor. Estados de euforia em experiências pequenas. Dependência física, química e psicológica. Uma loucura.
24 anos de vida e tão patético, esse mané. O menor sorriso e ele acredita. O menor aceno e ele chora. Uma simples baladinha do Oasis e ele não consegue stop crying his heart out. Stop crying your heart out, mané. E vá tomar um banho pra ficar bonito quando ela te sorrir, toda rosa, toda flor, pianíssima. Damn fragile baby, that's what I am. E ela, uma lady. Estou amando - o que significa: estou aberto a me foder em verde e amarelo. Não demora muito, nunca demorou.
E feliz dia do amigo pra você também, amigo. É, amigo. Haja coração.

 
Música de Rádio

Private Dancer eu poderia ser. I'd do what you want me to do and i'd be what you want me to be. Sem problemas mesmo. E Vapor Barato me fez lembrar que realmente eu estou tão, mas tão cansada dessas coisas, mas não pra dizer que eu não acredito mais em você. Antes estivesse cansada pra isso também.

Acabei de voltar ímpar de mais um dia.

E hoje, por causa da umidade e dos ambientes por onde circulei depois do último banho, me cabelo deu um jeito divino e parece que fiz uma escova, este elemento de felicidade pra saudar a minha raiz fútil. Adoro minha raiz fútil. Quando cuido dela é sinal de que o resto da planta está bem.


sexta-feira, julho 19, 2002
 
Ele sinceramente gostaria que estivesse num bar, desses que servem cerveja de verdade e tocam música pra brutos que também choram. Ele gostaria que ela não estivesse tão longe, tão impossível, tão linda. Tão linda. Precisava de um fim de noite assim, com uma mulher, um blues e uns sonhos notívagos. Com uns beijos proibidos e uns versos cafonas. Olhares mal-iluminados e intenções do mais baixo calão, e um cigarro que o importante é ter charm.
Estava em casa, no seu quarto 3x4, de frente pro computador, conversando com um ou outro pelo ICQ. Ouvindo uma fita k7 onde não havia um mísero blues, no máximo uma baladinha do Pearl Jam. A guria no ICQ não sabia falar inglês, nem podia recitar Joyce pra ela, aliás, não havia jamais lido Joyce. E havia parado com a bebida desde um coma alcoólico há dois anos. Bebida era a estrada mais fácil pro inferno, depois de um disco ao vivo do AC/DC. E ela era linda quando ele não bebia.
Mas ele bebia assim mesmo. Pra se sentir ridículo, pra foder com a merda toda. E gritava com ela, tão linda. Seus versos saíam satânicos, escrevia coisas inenarráveis sobre ela, tão linda. E ainda tão perto que poderia tocá-la. Poderia dizer que eram bons tempos aqueles, mas estaria mentindo. Etílico, descontava sua impotência com outras a tapas nela, tão linda. E sentia-se ridículo, por foder com a merda toda.
Um dia foi beber e acordou numa sala branca, entubado, sem a menor noção. Pânico total. Saiu corendo dali porque morria de medo da morte, e seus pais e avós haviam morrido em salas brancas e entubadas como aquela. Conseguiu entrar em casa algumas horas depois. Ela não estava mais lá. E nunca mais esteve desde então. Só lhe deixou as lembranças, um elepê dos Bitols e uma foto esquecida na cabeceira da cama. E o cheiro do perfume de baunilha que ela usava. Tão linda. Tão linda.

quinta-feira, julho 18, 2002
 
Sobre a falta de confiança (ao som de Fiona Apple, i thought he was a man but he was just a little boy)

Sei que tudo está se esfacelando e se recompondo há um par de anos. E tenho feito o que posso sobre isso. Sei que não tenho direito a criticar nada, nada mesmo. Nenhum dos venenos que você usa eu deixei de provar. E talvez não os prove no momento porque não apareceu uma circunstância qualquer. O veneno aparece quando do afastamento. O afastamento da pessoa amada dá margem a criacão de mais restrições a ela, a omissões e falta de verdade.

E mais um vez chego a conclusão nenhuma. Só registro a minha indignação por ser enganada, e particularmente, bem lá dentro de mim, por não ter perspectiva nenhuma.

 
Oi Críticos!! Tudo bem?
Comigo está.

Uma boa, pra não dizer excelente palestra do William Bonner, já mencionado pelo meu partner de blog, me foi motivo de dor de cabeça ontem. E se tivesse um pouco mais de força de vontade e auto-controle, pararia de expressar opiniões pessoais. Para algumas pessoas tenho sido sempre irônica, ou negativa, ou brincalhona. E não quero qualquer destas alcunhas pra reduzir o meu espírito. Não agora, quando por causa da minha juventude tenho uma tendência natural a tentar sempre afirmá-lo e fortalecê-lo. Não, não preciso mesmo destas alcunhas.

Mas como evitá-las é a questão. Ainda não sei mesmo. E para os que me acham arrogante, e certamente algumas pessoas devem achar, eu não tenho mesmo todas as respostas. Não tenho opinião formada sobre a a questão palestina, a legalização das drogas, do aborto nem sobre a pena de morte.

E pra você que se faz de não arrogante:

você alimenta seus objetos de crítica com sua omissão

Critica, mas não consegue agir

Gesticula reto com suas mãos

Tem fala contida

E sempre se manteve afastado.

Assim é fácil.

Mas eu te peito

Não quero mais uma alcunha através do seu olhar

Você é sutil

Sua inteligência afiada, mas introspectiva

Por isso não me fio em nada seu

E ontem me fiei na sua cara de desprezo pela minha fala normal.

Cague regras pra outros.

Desculpe se não consigo não retrucar abertamente.

Um dia aprendo

Ou não aprendo nunca, e levo porrada por longos anos.


 
Cinza, sujeito a chuvas e trovoadas. Sem mais sinais do resfriado senão os restos da batalha nasal. Muco por todo o corpo, um gosto de escarro na garganta, uma vontade forte de beber chope (por que isso?). Os primeiros acordes de "Come as you are", uma das minhas menos queridas do Nevermind. Tudo isso enquanto o poema não vem, e eu continuo aqui esperando a palavra exata. A palavra exata para a pessoa certa.
Não sei porque diabos ainda insisto em escrever, se já sei que não possuo brilho algum neste ofício. Minha poesia é pobre e minha prosa beira o ridículo. Mas fui nascer com esses demônios que não podem se conter dentro de mim, precisam ser postos pra fora cotidianamente.
Antes tivesse nascido bonito. Merda.

quarta-feira, julho 17, 2002
 
O resfriado desistiu de me vencer, aparentemente. Meus antigripais continuam aqui na mesa e dentro da mochila, mas por pouco tempo. O que me virou a cabeça por hoje foi um pouco de ansiedade. Talvez eu esteja a algumas horas de ser um pouquinho feliz. E a felicidade já está me devendo uma visita faz algum tempo.
Desculpa, gente, mas hoje não tenho nada de interessante para dizer. A não ser que vocês queiram saber de detalhes da vida pessoal do William Bonner, mas eu sinceramente não falarei da vida dele neste espaço aqui. Só posso dizer que eu invejo a voz do sujeito.
Boa noite.

terça-feira, julho 16, 2002
 
Death as a state of art. A frase apareceu na minha cabeça hoje de manhã, não sei porque. Apareceu, e eu achei bem bacana, bem poética. Talvez ela tenha me surgido pelo resfriado que começou a falar grosso desde ontem de noite. Mas a idéia de morrer escarrando e cuspindo e desentupindo as narinas não me seduz muito, foi só a frase que me seduziu. A morte pode imortalizar o sujeito. Fascinante isso.
Mas se eu morresse agora eu seria apenas um a menos aqui. Um a mais a ser esquecido. Paciência. Meus detratores não perdem por esperar minha derrocada final. We will fall, galera. todos nós e um por um.
Le temps ne peut rien contre nous. Bonito isso, mas verdadeiro. E tirado de um anúncio de Cinzano. A verdade sempre surpreende.

segunda-feira, julho 15, 2002
 
Resfriado, o meu nariz anda me infernizando nesta segundona de melda. Resfriado mas feliz, talvez por razões idiotas e metidas a besta. Feliz pelo Framengo, feliz pela quantidade de álcool que me desceu pela goela desde sexta, feliz pela felicidade boba, quase tímida, que reside em mim desde que descobri uma guria super pela internet. Feliz pela quase perspectiva de me inserir ativamente no modo de produção capitalista, feliz pelo novo corte de cabelo da minha tudo de bom Marymary. Feliz, parecendo um babaca, rindo discretamente pelos cantos, pernoitando pelo Rio, forjando bebedeiras e declarações de amor. Eu não gosto de parecer muito feliz que eu fico logo com cara de babaca, prefiro ser meio sorumbático, meio ranzinza, meio cinza. Barba por fazer e jaqueta jeans estilinho. Mas gosto dessa felicidade chegando sem avisar, se espalhando pela casa, logo querendo dividir escova de dente e jogando fora minhas meias velhas. Essa é a merda da vida: ela sempre vale o sorriso que o acaso tem pra lhe mostrar.

 
São estas melodias um pouco dramáticas, moderninhas e prafrentex que ainda me fazem acreditar. Realmente alguns sons que você ouve são interessantíssimos, e admiro seu trabalho de garimpo.


O Tempo Passa, o Tempo Voa, e a Poupança Bamerindus Continua Numa Boa
Tudo começou a ficar estranho no meu aniversário. Data mágica daquele ano mágico. Mas você foi embora mais cedo com justificativas tolas. Tolice acho que detecto rápido.
Tivemos um carnaval que não poderia ser mais perfeito. Quer dizer, eu tive, porque o seu foi mais pra infernal, eu me lembro. Na verdade, acho que entre todos aqels que estavam à mesa comendo nossa maravilhosa e engraçada comida delivery, o meu carnaval foi o melhor. Porque conseguiu o selinho de FODA. Ele era um prolongamento de um certo mês e o início de um certo ano que não vou esquecer.
Voltando a você, na mesma semana do carnaval, dias depois, tudo começou a ruir. e você se mostrou como eu esperava mas nào queria acreditar. Ou torcia para que a máscara caísse o mais tarde posível. Pra mim, foi cedo demais. Nos divertimos bastantee gostaria que tivesse durado mais.

É, não me conformo mesmo. O tempo passa e ainda não me conformei.

domingo, julho 14, 2002
 
Alguns restolhos então...

Ninguém ou qualquer um nota que eu uso relógio no pulso direito? Isso é importante, pô!!



Me importo com a amizade, porque vejo vocês e acho tudo belo.
Me importo com a amizade, porque vejo vocês e seus palavrões imundos.
Em poucas horas volto a achar beleza.
Mas vocês insistem nos palavrões.
Insistem nos treze anos de idade.
Com o afastamento da situação, olhando como uma circunstância da qual não sei os detalhes...- bem, olhando assim, vejo todos juntos. Os que não se largam. É o que eu queria pra mim algumas vezes por semana.
Pois é, me chamam de negativa, mas a raiva na verdade sempre dura pouco. Vocês é que não sabem de nada.





PAUSA PRA OUTRO RESTOLHO
Don't cry, put your head on my shoulder
Don't Cry - so many seem so lonely with no one left out to cry to, babe...




 
ME ACABO COM A MEMÓRIA

Acabo me enrolando com os horários porque quero escrever as coisas no momento. Mesmo que ele já tenha passado há algumas horas, e que a memória não ajude. Todos os pensamentos perfeitamente encadeados às vezes resolvem me aparecer quando não há uma caneta sem dificuldade, um computador por perto nem uma disposição espacial e física pra escrever. Paciência.

Fico aqui com os restolhos destes pensamentos encadeados.

 
ARREPIO ou da série SÓ A MÚSICA SALVA

All tomorrow Parties em uma boite?? Meu Deus, que mundo maravilhoso seria este? All Tomorrow Parties precedida por Time e tchanan!!! Baba O'Riley??
A lágrima discreta caiu quando ouvi as primeiras sílabas da Nico.