Gustavo & Thais |
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Mais Um Blog Besta que Ainda Vai Servir Pra Alguma Coisa Os Caras-Palidas que se cuidem...
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sábado, junho 29, 2002
Sobre a Copa? Viva a cama!!! Brasil 2x0 amanhã, feriado na segunda pelo amor de Deus. Sou uma protituta do tempo. Vendo os meus princípios mais verdadeiros - que o Brasil perca, as pessas parem de ser idiotas, parem de soltar estes rojões infames e assoprar estas buzinas de barco -em troca de tempo pra terminar meu trabalho da Ecargh. Tô nem aí. Além do mais me sinto menos peixe fora d'água quando encontro vários "companheiros do nariz torto pro Brasil na Copa". Viva Nós!!! Levando a sério os meus princípios, ah como seria um sonho ver o Galvão Bueno com voz de velório na derrota do Brasil, se mostrando mais medíocre do que ele é. E todas as pessoas comovidas, transtornadas por tão pouco. Meu Deus, aqueles homens que ganham 100 mil por mês não me deram uma alegria, já que sou tão sofrido, trabalho tanto, vivo em um país tão pobre... HA - HA - HA - HA -HA Ia ser muito bom. Não ter que aturar as matérias sobre o Alzirão, o forró em São José Salvador Milagreiro do Sétimo Dia, no interior de Pernambuco. Nem o infame batuque do Olodum... Em compensação, nossa amiga Dona Imprensa de qualquer jeito vai mostrar "os colonos alemães, que chegaram a Pomerode há quase um século atrás e criaram uma cidadezinha (ah, como detesto essa palavra) que nem parece estar no Brasil..." Meu Deus, por que a gente é obrigado a aturar isso??????? Como diz a musiquinha do Cake,friend is a four letter word... E eu ainda acrescento que friend is a four letter weird word ou friend is nothing but a four letter word. Não são todos que entram nestas divagações. Estou lembrando de um que certamente não entra e outro que aposto que não entra. É porque está tudo bem. E quando está tudo estável na felicidade, é mais difícil pensar, divagar quanto mais ter revelações "incríveis". Realmente, por que pensar sobre isso? Por que ficar nervosa se vc encontrou a irmã do seu primeiro grande amor? É um pouco demais, não? Pra mim não é, e explico. Nunca mais o vi. Tenho saudades de uma época, e tenho uma lacuna em relação a ele. Foi um sentimento maravilhoso há quase uma década atrás, em que estava totalmente entregue aqueles pensamentos felizes com aquele menino lindinho que sentava perto de mim. "De identificadas". Nosso código perdido. Ouço agora I'm Gonna Crawl, que foi precedida por All My Love. Duas músicas ingênuas da melhor banda de rock n'roll do mundo, pra mim que era - e ainda sou, e como - a ingênua que gostava de rock n 'roll. Vou deixar de bla bla bla então e ver como vai terminar este estranho fim de semana. He he he. Na verdade, NADA. Sabe quando um cara pálida lhe parece simpático? Sabe quando vc está de peito aberto por aí, com as pessoas? É um prelúdio de que vem frustração pela frente... É batata. sexta-feira, junho 28, 2002
Estou aqui para mais umas reclamações, como costumam dizer. Na verdade, não sabem de nada. Zooropa hoje. Quanta felicidade... Tive um sono em condições estranhíssimas hoje. Mas foi revigorante. Acordei feliz, disposta e surpresa por ter feito mais uma peripécia em busca do sono perdido. Diazinho produtivo e de novo, here we go again para o fim de semana. Me divirto com estas mediocridades, e quem conhece as minhas talvez se divirta também. Ou não dá a mínima pelota. Em todo o caso, continuo viciada em qualquer coisa. E não é bom ter vício algum. Lembrei da minha amiga de Londres. Recebi um telefonema da minha amiga de reformatório. E estou em falta com a minha outra amiga de reformatório. Tudo porque não sei me organizar, e gasto muito energia no que me é inútil. Falando em inútil, inútil é a Ecargh, faculdade em que estudo, cheia de pessoas sem jogo de cintura e acuadas, mas metidas a reclamonas. Vivi um momento patético ao presenciar falsos revoltados em uma aula desprezível ontem. São reclamões de corredor. Eu enchi o saco disso. Simplesmente saio de sala e não reclamo com ninguém. Meu carro ficou preso e os meninos - garotos gente-boa da Ecargh - me ajudaram a tirar. Tenho vivido bons momentos com eles neste último ano - Graças a Deus, último ano!!! Graças a Deus, último ano!!! Graças a Deus, último ano!!! Graças a Deus, último ano!!! Graças a Deus, último ano!!! Comemos bem, me divirto quase que diariamente, e o Paulito tem se revelado uma pessoa ótima, além das tristes barreiras da Ecargh. Com os outros mantenho um carinho intra-faculdade, mas que é suficiente para adicionar algumas coisas boas no meu dia. Quero que meu gosto por estas pitadas diárias não se esgote quando eu entrar em uma próxima crise, daquelas em que preciso de uma maldita ultra-introspectividade. quinta-feira, junho 27, 2002
Sempre gostei muito do Maradona. Sempre achei que o futebol dele fosse algo além do simples futebol, talvez pelo jeito moleque de seus dribles, talvez pelo drama que ele emprestava a cada passe, talvez pela quase poesia de seus gols, talvez pela mano de Dios. Hoje na hora almoço uma dessas tevês a cabo passou o documentário da Copa de 86, a Copa que projetou Don Diego para o mundo. Deu saudades. O camisa 10 portenho era o jogador que todos nós sonhamos ter no nosso time de coração. Aquele jogador que toma para si as rédeas do jogo. Aquele que você sabe pelo olhar que é foda. Sinto falta de jogadores fodas com Dieguito. Revendo aquele estado de arte que o cara atingiu no México, em 86, eu percebi porque Maradona sempre me cativou mais que o Pelé em campo (fora dele, Maradona cativa mais qualquer um, com exceção da Xuxa). Por mais impossível que fosse o drible, Maradona ainda parecia um simples mortal. Enxerga-se a dificuldade, doem as pancadas que ele toma. Ele sorri e chora como qualquer garoto peladeiro diante da glória ou do fracasso. Pelé, não. O Rei já entra em campo vencedor. O zagueiro já parece uma vítima antes da conclusão da jogada. Pelé não era humano, ou pelo menos não era desse mundo. Pelé tinha algo de Deus nos pés. Pelé tinha algo de divindade até nos gols que perdia. Aliás, meu irmão caçula chama-se Diego. Ele nasceu em 82, na Copa que deveria projetar Maradona pro mundo. Meu pai jogava bola e era canhoto. Duvido que tudo isso seja coincidência. terça-feira, junho 25, 2002
O Live From Mars do Ben Harper foram as 60 pratas mais bem gastas da minha parca existência. A parte acústica do disco é algo que beira a perfeição, é absurda de linda. Tem uma instrumental que se chama #3 que simplesmente faz valer a pena não apenas o seu dia de hoje, mas toda a sua vida. Em Like a King a slide guitar do rapaz evoca o demo (pelo menos, pelo menos) pra homenagear Rodney King e Martin Luther King, cuspindo na cara do racismo - Well, Martin's dream has became Rodney's worst nightmare/ Can't walk in the streets, to them we are fair game, our lives don't mean a thing/ Like a king, like a king, like a king, Rodney King, Rodney King, Rodney King/ Like a king, like a king, like a king, how I wish you could help us, Dr. King. Mas o primeiro disco é covarde (o álbum é duplo): só o riffão de Glory & Consequence já te faz lembrar porque você gosta tanto do roquenrou. E Ben ainda destrói ao fim. Ele transforma Forgiven e Faded em Whole Lotta Love, sem dó nem piedade e com muita, mas muita distorção. Pois é, e eu nem precisei falar de Sexual Healing - aquela musiquinha que você toca e sua namoradinha pensa logo em dar algo pra você em troca - que meu irmão Ben também imortaliza no disquinho. Por essas e outras o Live From Mars foram as 60 pratas mais bem gastas da minha parca existência. In The Lord's Arms "Like the wings stolen from an angel Like petals gone from a rose Like a dove caught in a storm Tonight he's in the Lord's Arms So I drinked this wine to him With each glass of memory He left with his crown of thornes Tonight he's in the Lord's Arms Tonight he's in the Lord's Arms Tonight he's in the Lord's Arms The wind it blew straight through us And whispered to me in tongues I was told I was wrong Tonight he would be in the Lord's Arms" domingo, junho 23, 2002
Então, chego em casa e agora me deparo com esta obra-prima musical e videoclípica do Tom Petty - Mary Jane's Last Dance. Como esta música me acompanha, lá dentro dos meus neurônios diariamente, há tantos anos. Este clipe é de 93, cacete!! Muito bom, um maravilhoso romance necrófilo, com mais devoção do que a maioria dos que existem em vida. Devoção em um relacionamento aliás é tudo. Nada de pela saquice, devoção mesmo. Insasciável. Estilo Achtung Baby (sempre ele, sempre ele...) e todas as suas pérolas. Destacando - adivinha - SO CRUEL. E, claro, Songs of Faith and Devotion. Quem não entrou nestes discos perde duas experiências de um mundo difícil de encontrar nos dias de hoje. Neste lugar e nestes discos, a beleza é absurda. Realmente a música salva. Sem nada que me lembrasse algumas noites de 2001, acabei de passar - como quinta e sexta - outra noite TRANQÜILA. Impressionante. Chego em casa com uma limpeza mental, que pode não ser completa, mas que me é motivo de orgulho. Na LOUD, esta festa a que tenho tantas restrições e com a qual eu insisto em fazer as pazes, me ofereceu módulos espirituais maravilhosos. Acho que hoje fiz as pazes com a festinha, então. Ouvi um módulo setentista que sempre salva a minha alma. Todos eles estavam lá. Todos eles que ouço no meu quarto há quase dez anos. Eles que ainda estão aqui. Estive em uma pista ampla, fui embora quando quis e vi pessoas realmente inseridas naquilo tudo que acontecia. California Dreamin', Mr. tambourine Man, Paint it Black, Yellow Subamarine, My Generation, These Boots Are Made for Walkin'... Tudo isso em um quase fim de festa, em que resta mesmo quem está a fim de ouvir aquilo. Estou pronta para um domingo chuvoso, de pouco trabalho, TV, cobertas... Goiaba o dia inteiro. Acho que mereço. Estou contente. He he he.... |